Transgênicos

Líderes em uso de transgênicos

Brasil bate recorde mundial em volume de culturas geneticamente modificadas e Mato Grosso registra aumento de 13% na área plantada de soja deste tipo


Publicado em: 28/02/2012 às 15:50hs

Líderes em uso de transgênicos

Assim como o Brasil que alcançou a marca recorde de 30,3 milhões de hectares de culturas geneticamente modificadas (GM) ou transgênicas em 2011, Mato Grosso também registrou um aumento de 13% na área plantada com soja GM. De acordo com o Instituo Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), na safra 2010/2011, dos 6.4 milhões de hectares de área plantada com soja, pelo menos 3.6 milhões era GM, ou seja, 57%. Já na safra 2011/2012 a expectativa é que dos 6.9 milhões de hectares de área plantada com soja GM, pelo menos 4.9 milhões de hectares são de transgênicos, o equivalente a 70%.

Os primeiros registros do plantio de soja GM em Mato Grosso foi na safra 2005/2006. Neste primeira safra, pelo menos 30% de toda a área plantada com soja em Mato Grosso era de transgênica. Dos cerca de 6.2 milhões de hectares, pelo menos 1.8 milhões de hectares era de soja GM. Essa percentagem foi crescendo ano a ano. Nas últimas safras, o maior índice de crescimento foi registrado entre a safra de 2007/2008 e 2009/2010, quando houve um aumento de 10% na área plantada. De 1.7 milhão de hectares na safra 2007/2008 para 2.3 milhões de hectares no período 2009/2009. De acordo com o gestor do Imea, Daniel Latorraca Ferreira, 2011 foi o primeiro ano em que o Imea fez a pesquisa sobre o volume de área plantada com soja GM em Mato Grosso. A pesquisa deve ser anual e a expectativa é ampliar para outras culturas como o algodão e o milho GM. “No caso do algodão, o trabalho deve ser feito em parceria com a Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa)”.

Plantando soja GM desde 2008, o produtor Mário Lucio de Souza, da região de Sorriso, diz que sua lucratividade aumentou após começar a plantar a soja GM. “Uso menos defensivo agrícola e tenho mais produtividade”. Assim como Mário, o produtor José Ferreira de Almeida, da região de Sapezal, também planta soja GM e garante que houve diminuição no trabalho e aumento da produtividade. Na opinião de Daniel, a área plantada com soja GM deve ficar estabilizada nos próximos anos. Ele explica que entre os principais compradores de soja do Mato Grosso, alguns ainda preferem a soja tradicional. Assim sendo, o mercado para a tradicional está garantido.

De acordo com os dados divulgados pelo Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), o Brasil amplia a produção e consolida a 2ª posição no ranking mundial de países que adotam a biotecnologia em suas lavouras. A produção mundial chegou a 160 milhões de hectares em 2011, um aumento de 8% em relação ao ano anterior. O Brasil figura como um líder global no setor.

Para o representante do ISAAA no Brasil, Anderson Galvão, o desempenho brasileiro retrata o momento positivo no setor, que conseguiu estabelecer um ritmo de aprovações de biossegurança adequado, com uma regulação apropriada e eficiente. No caso do milho, Anderson acredita que o país está vivendo uma revolução tecnológica que coloca o produtor brasileiro praticamente em condições de igualdade, dentro da porteira, com os seus concorrentes americanos e argentinos. “Tal situação permite ao país uma condição de segurança no abastecimento interno, além de criar excedentes exportáveis que auxiliam na regulação do mercado interno”. A soja é a cultura na qual a tecnologia é mais utilizada. Ao todo, serão 21,4 milhões de hectares cultivados com sementes transgênicas, um aumento de 16,7% em relação ao plantio do ano de 2010/11. A extensão corresponde a 85,3% de toda a área dedicada à cultura. No ano passado, essa participação foi de 76%.

Já a cultura do milho foi a que mais rápido teve a adoção da tecnologia. Apenas 4 anos depois de a primeira variedade GM do grão ter sido aprovada no Brasil, o milho transgênico já deve responder por 67,3% da produção total. A estimativa é que nesta safra serão cultivados cerca de 9,9 milhões de hectares, uma expansão de 32% em relação à temporada anterior.

No algodão, 469 mil hectares (33% de um total de 1,45 milhão), serão ocupados com transgênicos. Trata-se de um aumento de 26,1% em relação à safra passada.

Fonte: Gazeta Digital

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