Publicado em: 14/03/2012 às 08:20hs
Pesquisadores de diferentes áreas, representantes de empresas produtoras de sementes, formuladores de políticas agrícolas, estudantes e professores de Ciências Biológicas e Agrárias estiverem presentes nas palestras e debates.
Nos dois primeiros dias do evento, houve apresentação de informações sobre diferentes temas relacionados à produção de milho geneticamente modificado (GM). Foram abordados: experiências com milho transgênico na América Latina, manejo de resistência de pragas e de plantas daninhas, relação custo/benefício do uso de transgênicos, biossegurança do solo, impactos ambientais do milho Bt, avaliação de cenários e prospecção tecnológica.
No final do workshop, os participantes foram divididos em grupos de discussão temáticos e formularam propostas a serem encaminhadas para tomadores de decisão e coordenadores de pesquisa. Confira, a seguir, alguns dos apontamentos.
O grupo de “socioeconomia, avaliação de cenários e prospecção tecnológica” ressaltou os problemas ocasionados pelos direitos de propriedade intelectual em relação ao acesso à tecnologia gerada pelas multinacionais e demonstrou grande preocupação com a concentração de mercado de sementes de milho e os riscos dessa situação para os interesses nacionais.
Foram formuladas as seguintes propostas:
O grupo de “manejo de resistência de insetos pragas” destacou a importância da adoção da área de refúgio (AR) e a necessidade de ações educativas para o uso dessa prática. A adoção da área de refúgio é uma importante estratégia para o manejo de resistência de insetos-praga. Ou seja, é um método para evitar a seleção de lagartas que sejam capazes de se alimentar do milho Bt, sobreviver e causar danos na lavoura. A prática consiste na semeadura de um percentual da lavoura de milho Bt com milho não Bt, ou convencional.
Segundo os participantes, a adoção insatisfatória da AR está relacionada à percepção dos produtores de menor produtividade das sementes convencionais, por dificuldade de disponibilidade de híbridos não transgênicos de alta tecnologia. Também se relaciona à falta de conscientização dos agricultores sobre a necessidade de preservação da tecnologia.
Propôs-se que deve caber à própria empresa produtora de sementes fiscalizar a adoção de AR por seus clientes e entrar com ações punitivas ou indenizatórias em casos de descumprimento do contrato de licenciamento.
Em relação à possibilidade de mistura de sementes (transgênicas e convencionais) para evitar a resistência de insetos, os participantes consideram que ainda são necessários estudos para avaliar a viabilidade técnica e econômica dessa estratégia.
Sobre a mitigação em casos de quebra da resistência da planta, foi sugerido o monitoramento das populações de insetos, com utilização de parcelas sentinelas para acompanhar o desempenho das tecnologias no campo. Além disso, a agilidade dos canais de comunicação das empresas com os produtores pode permitir a detecção precoce de falhas de controle.
Também foi destacada a necessidade de investimentos no Manejo da Resistência de Insetos (MRI), com ações como:
Os participantes do evento ressaltaram que as ações educativas são emergenciais e devem envolver toda a cadeia produtiva, já que as sementes transgênicas estão disponíveis e sendo utilizadas.
No encerramento do workshop, o chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Antônio Álvaro Corsetti Purcino, comentou a importância do evento, que permitiu a divulgação de experiências de diferentes países com a adoção de transgênicos e também debates técnicos sobre os efeitos da tecnologia.
Antônio Álvaro afirmou qual é a posição da Embrapa no atual cenário. “Vamos investir no desenvolvimento de transgênicos, não apenas Bt, e buscar parcerias com detentores de tecnologias já existentes. A Embrapa deu dois exemplos de que pode produzir organismos geneticamente modificados, com a soja e o feijão. A Embrapa Milho e Sorgo buscará viabilizar o milho transgênico. Estamos trabalhando para desenvolver ativos de alto valor agregado, para posicionar a Empresa no mercado e ajudar a socializar a tecnologia”, concluiu.
O Workshop de Milho Transgênico foi uma realização do projeto LAC Biosafety Brasil e das Unidades da Embrapa: Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), Meio Ambiente (Jaguariúna-SP), Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF).
Fonte: Embrapa Milho e Sorgo
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