Os transgênicos podem representar risco à segurança alimentar por duas razões: Primeira, a proteína do gene introduzido pode ser tóxica, devido a uma toxicidade direta, efeito anti-nutritivo, ou efeito alergênico. Segunda, o gene introduzido pode causar uma mudança nas rotas metabólicas da planta alterando os níveis de metabólitos existentes ou introduzindo um novo metabólito.

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos avaliou a segurança para o gene CP4, introduzido na soja resistente ao herbicida “Round up”. Encontrou-se que a proteína produto do gene: 1) não é tóxica para camundongo quando consumida em doses milhares de vezes maiores que a exposição potencial humana; 2)é degradada prontamente pelos fluidos digestivos, e 3) não é estrutural ou funcionalmente relacionada a proteínas causadoras de alergias conhecidas.

Estudos com milho transgênico também resistente ao “Round up” foram realizados para avaliar a sua composição e os valores nutritivos em comparação aos milhos não transgênicos. Foram analisados, a fibra, aminoácidos, ácidos graxos, conteúdo mineral do grão e conteúdo mineral da matéria verde, coletadas em 16 locais durante duas safras. Não foi encontrada qualquer diferença significativa entre o milho transgênico e não trasgênico. Em outro estudo sobre alimentação de frangos não foram encontradas diferenças importantes no crescimento, eficiência alimentar e peso de massas de gordura de frangos alimentados com milho transgênico e não transgênico.

Vários outros estudos têm mostrado que não existem diferenças significativas no conteúdo dos nutrientes e composição de culturas transgênicas resistentes ao herbicida “Round up” quando comparadas com não transgênicos. Estes estudos incluem principalmente milho, soja, trigo e algodão.

Foi estudado, também, o efeito do uso de milho transgênico em diferentes alimentos (cerveja, milho cozido, óleo, etc.) e não foram encontradas diferenças em comparação com a respectiva versão não transgênica.

As potenciais propriedades alergênicas, das proteínas produto dos genes introduzidos, são avaliadas pelas agencias reguladoras antes da aprovação de cultivares transgênicos. Em um outro estudo com pacientes sensíveis a soja, foram avaliados 10 cultivares de sojas transgênicas e oito não transgênicas, não tendo sido encontrado diferenças entre as mesmos como causadores potenciais de alergias.

Um aspecto pouco estudado é a influência de plantas transgênicas sobre a contaminação dos alimentos com sementes de ervas daninhas venenosas. O produto colhido de plantas transgênicas resistente ao herbicida “Round up” são geralmente mais livres de restos de ervas daninhas que culturas convencionais, resultando em menos matéria estranha, incluindo aí sementes de plantas daninhas.

Ricardo Montalván Del Aguila Pesquisador Embrapa Meio-Norte.