Publicado em: 06/08/2012 às 17:30hs
Também poder consultar dados atuais integrados às imagens, como, por exemplo, o estado de conservação das estradas rurais, as propriedades com outorga para uso de água. Todas essas ações já são possíveis graças ao trabalho de integração das tecnologias Google Earth e Sistemas de Informação Geográfica (SIG), desenvolvido pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG).
O pesquisador responsável pelo trabalho, Daniel Guimarães, explica que a integração de tecnologias passa a ser adotada pelo governo do estado de Minas Gerais para monitoramento de uso do solo e para análise de licenciamentos de irrigação. “O governo precisa nortear, por meio de políticas públicas, a convivência entre produtividade agrícola e conservação ambiental. As bases de dados interativas permitem a gestão dos recursos naturais de forma sustentável”, afirma Daniel.
O Projeto Estratégico Irrigaminas, da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), é um dos primeiros a utilizar a integração de tecnologias e já apresenta uma novidade para produtores rurais. A partir de 2013, o licenciamento ambiental para irrigação das lavouras poderá ser coletivo, tendo como referência as sub-bacias hidrográficas.
O gerente do Irrigaminas, Amarildo José Brumano Kalil, informa que o novo licenciamento será utilizado a partir de sub-bacias onde já exista conflito pelo uso de água para irrigação. “Conflito, nesse caso, é a situação criada quando a demanda pelo uso da água supera a disponibilidade estabelecida, que atualmente é de 50% da vazão de referência”, explica. Nesse processo, será fundamental a participação das associações de produtores em cada região.
Para cada sub-bacia, será feito o levantamento de características. Esse levantamento conta com estudos locais e com conteúdos de diversos bancos de dados. Todo o material será integrado. O resultado serão mapas interativos, com imagens de satélite e muitas informações.
De acordo com Amarildo, o objetivo é identificar as potencialidades e limitações das sub-bacias, o uso atual do solo e verificar a disponibilidade de água. “Com base no relatório, será elaborado o plano de adequação socioeconômica e ambiental de cada sub-bacia a ser licenciada”, acrescenta.
O pesquisador Daniel explica que será possível ainda fazer a outorga sazonal, ou seja, de acordo com o regime de precipitação do período, analisa-se a água disponível e a quantidade que pode ser licenciada para uso.
Segundo o gerente do Irrigaminas, o licenciamento ambiental por sub-bacia hidrográfica representará menos custos para os produtores, porque cada conjunto de propriedades terá um processo único. Outra vantagem é que o prazo para a concessão da outorga será reduzido.
Outra aplicação O trabalho de integração de tecnologias da informação desenvolvido pela Embrapa Milho e Sorgo também auxiliará a aplicação dos Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas. Esses indicadores (relativos a aspectos econômicos, sociais e ambientais) foram formulados a partir de um projeto de pesquisa com profissionais da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais), Fundação João Pinheiro, Seapa e Embrapa.
O pesquisador João Herbert Moreira Viana, da Embrapa Milho e Sorgo, explica que a construção de um conjunto de indicadores de sustentabilidade aplicáveis ao setor agrícola visa a subsidiar a avaliação de sistemas de produção, nortear planos e políticas para o setor. “A proposta é ter uma ferramenta que permita avaliar a situação das propriedades rurais e possa ajudar a definir estratégias para os problemas detectados. Portanto, os indicadores servem para monitoramento e intervenção”, afirma o pesquisador. A integração das bases de dados e imagens de satélite permite a análise das diversas informações e a aplicação dos indicadores.
Irrigação em Minas A Embrapa Milho e Sorgo realizou um levantamento da agricultura irrigada em Minas Gerais. O trabalho, desenvolvido pelos pesquisadores Daniel Guimarães e Elena Charlotte Landau, identificou a existência de 4.432 pivôs centrais no estado, ocupando mais de 300 mil hectares. A maior concentração de pivôs se dá nas bacias dos rios Paranaíba e São Francisco, que também são os principais responsáveis pelo abastecimento energético do estado a partir de usinas hidrelétricas.
Fonte: IBGE (estimativa 2012)
◄ Leia outras notícias