T. da Informação

Gestores da Defesa Agropecuária visam trabalho em rede para melhorar a área de Tecnologia da Informação

Sisbov, Sigvig, Sislab, Sigsif são siglas bem conhecidas pelo agronegócio. Todas fazem parte do universo de 22 de sistema de gerenciamento de informação controlados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)


Publicado em: 24/02/2012 às 12:20hs

Gestores da Defesa Agropecuária visam trabalho em rede para melhorar a área de Tecnologia da Informação

Os sistemas funcionam como instrumentos que agilizam a troca de informação entre o Ministério e a cadeia produtiva. Mas eles não se restringem ao MAPA. Cada órgão Estadual de Defesa Agropecuária possui algum tipo de sistema ou banco de dados.

Somando as interfaces, é um verdadeiro mosaico digital.  Isso significa para o produtor rural maior dificuldade na hora de gerenciar as informações do dia a dia no campo. Atitude nociva para Defesa Agropecuária. Mais do que qualquer outra atividade, ela depende das informações do produtor para tomar de decisão. Sem isso, a demora na resposta numa determinada circunstância pode multiplicar as perdas que, em minutos, passam de alguns milhares para milhões de reais.

Segundo coordenador do Projeto Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária (InovaDefesa), Evaldo Vilela, o cenário atual da Tecnologia da Informação na Defesa Agropecuária é um sintoma da falta de articulação dos setores. “Hoje em dia não se trabalha de forma individual”, comentou. Ele explica que a solução diante da multiplicação dos sistemas e do perigo eminente de uma torre de babel cibernética só pode ser alcançada coletivamente. “O mundo está tão complexo que precisamos trabalhar a diversidade (pessoas, interesses, conhecimento), gerenciá-la em uma rede. O que significa isso? É uma articulação organizada onde você tem a administração conjunta das tarefas.” completou.

A ideia do “trabalho em rede” tem motivado os gestores da Defesa Agropecuária. Prova maior foi o Workshop "Tecnologia da Informação Aplicada à Gestão de Serviços de Defesa Agropecuária, realizado na primeira semana de fevereiro, em Minas Gerais. Os 47 profissionais participantes discutiram o alinhamento das estratégias e a necessidade de trabalha em conjunto. De acordo com o coordenador da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), Décio Coutinho, uma iniciativa como a do Workshop é uma espécie de despertar da Defesa Agropecuária. “Não é plausível que até hoje a Defesa Agropecuária não tenha uma base de dados única, reunindo todas as informações de todo serviço de Defesa Agropecuária” diz Coutinho.

A falta de padronização nos sistemas reflete a situação frágil da Defesa Agropecuária. Um laboratório de Sanidade Animal ou Vegetal não consegue disponibilizar via online para o produtor ou órgãos responsáveis o resultado dos exames com a mesma agilidade de um laboratório de análises clínicas repassa as informações ao paciente. Na visão do coordenador do Sistema de Gestão Laboratorial do MAPA, Jorge Caetano, a integração dos demais fatores que compõe o serviço de Defesa Agropecuária é fundamental para a que surjam respostas mais apropriadas às demandas. “Talvez o que tenha gerado algum conflito é que a pergunta nem sempre surge na academia, mas a resposta frequentemente sim. Logo, o problema surge quando o serviço tenta responder e a academia perguntar. Por isso eventos como o Workshop TI nos ajudam a formular as perguntas, mostrando melhor quais as alternativas existem para superar os gargalos”, pontuou Caetano.

Os esforços para melhorar área de Tecnologia da Informação existem e estão práticas. Cada sistema do Mapa opera normalmente a partir da sua base de dados. A prioridade, na verdade, é a articulação dessas iniciativas. Segundo Décio A Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária juntamente com o projeto InovaDefesa estão fazendo o papel de articuladores, como mostrou o Workshop de TI. “Eles estão reunindo diversos atores, informações e projetos para que nós possamos dar um passo de qualidade na Tecnologia da Informação dentro da Defesa Agropecuária para recuperar o tempo perdido”, concluiu Décio. 

Para o Diretor do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Altino Rodrigues, a retomada das estratégias conjuntas resgata todo potencial transformador da Tecnologia da Informação. “É uma alternativa para gargalos”, explicou Altino. Se bem usado o recurso da TI auxilia na redução da burocracia e na falta de padronização na metodologia de trabalho. Conforme Altino, a TI fornece meios para que haja melhor “mapeamento dos processos, bem como, transmissão em tempo real das informações”.

O Diretor do IMA também afirmou que uma paralisia nesta área seria fatal para Defesa Agropecuária. E que a única forma de evitar isso é pela integração entre universidade, empresas privadas e órgãos de Defesa Agropecuária. Altino comentou. “Sem dúvida, só podemos superar os problemas por meio da integração dos esforços. E o projeto InovaDefesa tem sido o principal interlocutor desse processo de articulação”.

Sistemas de TI

Igual à cadeia produtiva, os sistemas de informações funcionam em fluxo. Eles se propagam da coleta de dados feita eletronicamente até o repasse do relatório para os produtores e órgãos responsáveis via internet.

A função dessa ferramenta é a ampliação do conhecimento sobre os processos internos. Com isso, tanto o produtor quanto os órgãos de Defesa Agropecuária ganham em qualidade, podendo aumentar a oferta de estudos de prospecção e avaliação. Ou seja, a partir da TI o usuário passa a ter maior controle dos processos, característica que eleva a eficiência e os resultados positivos de uma determinada atividade.

Quanto às vantagens, a TI reduz o tempo e aumenta agilidade do repasse da informação. Um exemplo é o sistema informatizado de monitoramento de pragas relatadas da Moscamed. Segundo o diretor executivo da Moscamed, Jair Virgínio antes da implantação da ferramenta, o serviço de vistoria das amatilhas levava em média 28 dias para lançar as informações. Hoje com o sistema de gerenciamento de dados o trabalho é realizado numa média de sete dias.

Na visão de Vilela a TI já mostrou que pode ser um acréscimo ao serviço de Defesa Agropecuária. No entanto ele salienta que este acréscimo deve ser tratado em rede, porque se o objetivo do Brasil é melhorar o serviço de Defesa Agropecuária, ele não pode ser alcançado sem integração de todos da área.  “Para ver além precisamos de múltiplos olhares, esse é o segredo da Inovação”, finalizou.

Fonte: Embrapa Gado de Corte

◄ Leia outras notícias