Pesquisas

Consumo de água na agricultura é destaque na Unesp Ciência

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Publicado em: 20/09/2013 às 07:30hs

Consumo de água na agricultura é destaque na Unesp Ciência

A reportagem de capa da revista Unesp Ciência deste mês mostra como a expansão do agronegócio brasileiro vem afetando a disponibilidade de recursos hídricos e gerando conflitos socioambientais, principalmente no Nordeste. E destaca o trabalho de pesquisadores que, para contornar esses problemas, querem embutir os custos da água no preço das commodities agrícolas.

A cada ano o Brasil 'exporta' quase 20 milhões de litros de água, o que equivale a 50 dias de consumo do líquido pela população brasileira. Tal volume sai de nossas fronteiras incorporado em três commodities: o açúcar, o etanol e o suco de laranja - e o país não recebe nenhum tipo de compensação pela exploração de suas bacias hidrográficas. Este débito foi calculado pelo geógrafo José Gilberto de Sousa, da Unesp em Rio Claro.

O impacto ambiental do consumo excessivo de água pela agricultura já é visível em Holambra (SP), maior produtor de flores da América Latina. Com poucos rios percorrendo a região, os produtores têm recorrido à chuva e à abertura de mais poços a fim de manter as estufas em funcionamento. 'Já existe gente se queixando de que isso [a escassez de água] está atrapalhando a produção. A região está parecendo um queijo suíço, com tantos buracos sendo abertos no chão', diz o empresário e vereador de Holambra Peter Weel. 'Em alguns casos, é preciso abrir poços cada vez mais profundos para encontrar água.'

Já no interior da Bahia, numa região banhada pelo rio São Francisco que se converteu em polo de fruticultura, a escassez de água tem fomentado conflitos sociais, geralmente deflagrados por grandes obras de infra-estrutura que, do ponto de vista dos pequenos agricultores, tende a agravar a oferta hídrica.

'No baixio do Irecê há uma disputa intensa entre o campesinato e o agronegócio pelos recursos hídricos', conta o geógrafo José Aparecido Lima Dourado, doutorando na Unesp em Presidente Prudente. Segundo ele, a implantação dos perímetros irrigados reduz a água a um mero recurso econômico que desconsidera os elementos sociais e culturais que tradicionalmente compõem a relação entre o camponês e o rio. 'Os projetos desenvolvimentistas são impostos sem diálogo. Daí surgem os conflitos.' Leia a reportagem na íntegra: http://www.unesp.br/revista.