Publicado em: 21/11/2024 às 10:00hs
Um estudo conduzido pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), vinculado ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), revela o grande potencial do Brasil para se tornar líder na produção de bioplástico a partir da cana-de-açúcar, uma alternativa ao plástico convencional derivado do petróleo. A pesquisa, publicada na revista Nature Communications, aponta que o país possui atualmente 3,55 milhões de hectares disponíveis para o cultivo de cana com baixo impacto ambiental.
Essa área pode ser ampliada para até 22 milhões de hectares até 2050, especialmente utilizando terras degradadas, como pastagens, o que contribuiria não apenas para a recuperação dessas áreas, mas também para a preservação dos estoques de carbono, recursos hídricos e biodiversidade.
A produção de polietileno de base biológica (bioPE) surge como uma alternativa sustentável ao plástico convencional, que atualmente consome entre 5% e 7% do petróleo mundial e é responsável por cerca de 2% das emissões globais de gases de efeito estufa. As projeções indicam que, até 2050, o setor de plásticos pode consumir até 20% do petróleo e gerar 15% das emissões de CO2. O bioPE, por sua vez, tem o potencial de reduzir tanto a dependência do petróleo quanto as emissões, ao mesmo tempo que contribui para a recuperação de terras degradadas.
Thayse Aparecida Dourado Hernandes, autora do estudo, enfatiza que "o bioPE tem o potencial de se tornar um material-chave na transição para uma economia de baixo carbono, especialmente quando consideramos o uso responsável das terras agrícolas e a promoção de cadeias de valor mais circulares. No entanto, é fundamental equilibrar a expansão com a proteção dos recursos naturais”.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias