Publicado em: 12/02/2025 às 08:30hs
O Brasil ocupa posição de destaque entre os cinco maiores produtores de carne suína do mundo, com a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de que o país ultrapasse 5,5 milhões de toneladas de carne suína produzidas em 2025. Contudo, fatores como o calor excessivo podem comprometer a qualidade do produto e reduzir a produtividade do setor.
Para minimizar os impactos do estresse térmico e proporcionar mais conforto aos suínos, foi desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), o aplicativo GRT Suínos. Esta ferramenta permite que os produtores monitorem os riscos térmicos e recebam orientações sobre as medidas necessárias para mitigá-los.
Fabiano Gregolin, pesquisador do Grupo de Pesquisa em Bem-Estar, Ambiência e Zootecnia de Precisão (GBAZP) da Esalq e desenvolvedor do aplicativo, explica que o conforto térmico é um dos maiores desafios na zootecnia. "O estresse térmico pode afetar diretamente a saúde, o crescimento e até a qualidade da carne. Nossa ferramenta oferece aos produtores um relatório detalhado, com análises e sugestões de melhorias, passo a passo", afirma Gregolin.
Diferente de outros sistemas disponíveis no mercado, o GRT Suínos se destaca por ser a primeira ferramenta que oferece um gerenciamento completo dos riscos térmicos de forma integrada. Embora existam tecnologias que monitoram doenças e rastreamento logístico, nenhum sistema aborda especificamente a gestão do estresse térmico.
O aplicativo é destinado principalmente a produtores rurais, técnicos e gestores de granjas, independentemente do porte da propriedade. Compatível com dispositivos Android, o GRT Suínos foi projetado para ser intuitivo e de fácil acesso. O processo de uso começa com o cadastro das informações sobre o ambiente, os equipamentos e as condições dos animais. Em seguida, o usuário avalia os riscos e atribui valores de impacto e probabilidade, contando com vídeos orientativos que auxiliam na precisão da análise. O relatório gerado ao final fornece recomendações para melhorar o ambiente e o bem-estar dos suínos.
Com o desenvolvimento e validação do aplicativo já concluídos, Gregolin destaca que o próximo passo é estabelecer parcerias com empresas de tecnologia voltadas para o setor agropecuário e de zootecnia de precisão. O objetivo é expandir o uso da ferramenta e contribuir para a melhoria da eficiência da suinocultura no Brasil, promovendo melhor qualidade de vida para os animais e maior produtividade para os produtores.
“O nosso diferencial está na combinação da identificação do problema com soluções práticas baseadas em padrões internacionais, como a ISO 31000. Os testes técnicos e de usabilidade foram extremamente positivos, tanto para especialistas quanto para produtores. Agora, buscamos parceiros para disseminar essa tecnologia e impulsionar sua adoção no mercado”, conclui Gregolin.
Fonte: Portal do Agronegócio
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