Outros

Vegetais com mais nutrientes são produzidos pela Embrapa

As pesquisas são resultado de trabalho que envolve 11 unidades da Embrapa, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em todo o País


Publicado em: 23/07/2012 às 18:50hs

Vegetais com mais nutrientes são produzidos pela Embrapa

O projeto brasileiro de biofortificação (Biofot) produziu, em quase dez anos, três cultivares de feijão e três de feijão-caupi mais ricas em ferro e zinco; três de mandioca rica em betacaroteno (pró-vitamina A) e batata-doce e abóbora com alto teor de carotenoides, semelhantes aos encontrados na cenoura. Além disso, foram desenvolvidas variedades de milho, com mais vitamina A, e de arroz com mais ferro e zinco. O melhoramento nutricional do trigo também está em estudo pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

As pesquisas são resultado de trabalho que envolve 11 unidades da Embrapa, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em todo o País. Além disso, contam com o apoio de universidades, prefeituras, extensão rural, associações de produtores e parceiros internacionais. A biofortificação é um processo de cruzamento de plantas da mesma espécie, gerando cultivares mais nutritivas. Também pode ser chamado como melhoramento genético convencional.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 2 bilhões de pessoas sofrem de deficiência de ferro e anemia no mundo. Esta carência atinge mais de 20% da população em idade pré-escolar, escolar e gestantes em diversas partes do Brasil. O projeto Biofort permitiu que alimentos biofortificados fossem incluídos na merenda de escolas em Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe, alcançando mais de 650 famílias.

A pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos e gestora da rede de biofortificação no Brasil, Marília Nutti, explica que o empenho agora é para ampliar o cultivo desses vegetais. “Estamos trabalhando junto às prefeituras para multiplicar os materiais (sementes e mudas). O que temos ainda não é suficiente para distribuir. Então, os alimentos poderão beneficiar mais escolas e comunidades de baixa renda”, afirmou.
 
A vitamina A é essencial na defesa contra infecções nas crianças e gestantes e reduz o risco de lesões oculares, anemia, morbidade e mortalidade. A deficiência de zinco também vem se mostrando prevalente em crianças de baixo nível socioeconômico. “Os alimentos biofortificados apresentam maior potencial para suprir a demanda por vitaminas e nutrientes”, conclui a pesquisadora.

O Projeto Biofort ainda desenvolve de produtos agroindustriais a partir de matérias-primas biofortificadas. Na Embrapa Agroindústria de Alimentos, por exemplo, os pesquisadores testaram a formulações de farinhas de batata-doce na composição de pães, biscoitos, massas, snacks e sopas instantâneas. Ao mesmo tempo, tem-se pesquisado a formatação de novas embalagens capazes de conservar os micronutrientes por mais tempo.

Saiba mais sobre o projeto no site www.biofort.com.br.

Fonte: Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

◄ Leia outras notícias