Publicado em: 01/03/2012 às 14:20hs
Sob a orientação do professor Carlos José Pimenta (UFLA) e co-orientação da pesquisadora Sara Maria Chalfoun, Caroline Lima Angélico apresentou resultados surpreendentes durante a defesa da tese intitulada “Aplicação do Agente Biológico Cladosporium Cladosporioides (Fresen) de Vries “Cladosporin” como Bioprotetor da Qualidade do Café (Coffea Arabica L.) .”
O estudo teve como motivação a validação do produto para aplicação em lavouras com histórico de problemas de bebida, principalmente em regiões com alta umidade relativa do ar (próximas a represas). A boa notícia foi a confirmação de que o agente bioprotetor Cladosporium cladosporioides pode ser uma alternativa promissora para a aplicação nos frutos de café ainda na lavoura, por se tratar de um produto biológico contendo um micro-organismo com características que resguardam a qualidade do café, por meio de reconhecida ação deletéria sobre fungos prejudiciais à qualidade do produto final.
Em avaliação da prova de xícara, o estudo ressalta que a aplicação do “Cladosporin” promoveu melhoria da qualidade nos cafés, com resultados mais significativos para a fração bóia.
O produto “Cladosporin” foi aplicado em uma lavoura no município de Alfenas, Sul de Minas, localizada às margens da represa de Furnas. Foi aplicado em diferentes doses e épocas, em frutos de café da cultivar Catuaí Amarelo, com três anos de idade, durante dois anos consecutivos.
Entre os resultados, constatou-se a aplicação do produto, foi suficiente para a colonização de Cladosporium nos frutos, com considerável redução da incidência de fungos potencialmente toxigênicos. Além disso, agiu como parasita do fungo Aspergillus ochraceus, responsável pela ocorrência da Ocratoxina A em café.
Para a pesquisadora Sara Chalfoun, a defesa desta semana traz mais uma importante contribuição para a validação da tecnologia, com rigor e detalhamentos científicos. Ela ressalta que o cultivo do café é reducionista para o fungo Cladosporium cladosporioides, sendo que a tecnologia consiste em sua reincorporação à lavoura como bioprotetor da qualidade. Destaca ainda que o estudo de Caroline foi realizado em uma área de alta umidade de ar, condição que prejudicava a qualidade do café até o início da aplicação do produto.
A tecnologia, que resultou no produto “Cladosporin”, vem sendo desenvolvida há cerca de 20 anos, com resultados práticos nos últimos cinco anos para o desenvolvimento do produto, com o estímulo do Programa de Incentivo e Inovação (PII) pioneiro na UFLA. Atualmente o “Cladosporin” é produzido em escala experimental, em uma biofábrica construída no câmpus da UFLA. O desenvolvimento da tecnologia, já patenteada, recebe o apoio de órgãos de fomento como da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), por meio da articulação do Polo de Excelência do Café - Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (bolsa de doutorado) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
Fonte: Polo de Excelência do Café
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