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Pesquisador fala sobre fluxo gênico em evento da CSM/PR

XXXI Ciclo de Reuniões Conjuntas da CSM/PR encerra amanhã, no Hotel Rafain, em Foz do Iguaçu; Ivan Schuster, da Coodetec, abriu o evento, na terça-feira, com palestra sobre fecundação cruzada e fluxo gênico em plantas


Publicado em: 17/08/2012 às 08:30hs

Pesquisador fala sobre fluxo gênico em evento da CSM/PR

Por mais um ano, profissionais e produtores de sementes se reúnem em Foz do Iguaçu para o Ciclo de Reuniões Conjuntas da CSM/PR. O evento está em sua 31ª edição e discute temas importantes para o setor. A Coodetec, que apoia a iniciativa do CSM/PR, abriu as discussões de terça-feira, dia 14, com a palestra do gerente da Divisão de Pesquisa, Ivan Schuster.

O pesquisador da Coodetec falou sobre fluxo gênico, fenômeno natural de migração de genes entre populações ou variedades. Esse processo é extremamente importante sob o aspecto de evolução das plantas, pois, além de introduzir variabilidade nas populações, também limita a diferenciação delas. “Devido ao fluxo gênico, as populações de plantas de uma espécie não se diferenciam tanto”. Como exemplo da importância do fluxo gênico para a evolução das plantas, Schuster citou o surgimento do trigo, que é resultado do cruzamento natural entre três outras espécies. “O fluxo gênico depende de vários fatores, entre eles a distância entre as plantas, a temperatura, umidade, vento, insetos, variedade ou híbrido, sincronismo do florescimento e viabilidade do pólen”, explicou.

Schuster detalhou o processo de fecundação cruzada em algumas culturas, entre elas soja, milho e trigo. No milho, por exemplo, o fluxo gênico é facilitado, devido ao modo de reprodução da planta, que produz o pólen no pendão e este pode se dispersar pelo vento. Na soja, a taxa de fecundação cruzada é muito baixa, inferior a 1%, e só ocorre a curtas distâncias. “É importante destacar que não há diferença entre o fluxo gênico em plantas transgênicas e fluxo gênico em plantas convencionais. Porém, é extremamente importante que se faça o isolamento das áreas de produção de sementes. Isso é suficiente para evitar que ocorra fluxo gênico acima dos limites tolerados”, disse. Segundo ele, mesmo que a taxa de fecundação cruzada seja baixa, ainda assim é importante adotar medidas que impeçam esse fenômeno. “O isolamento da área por si só não resolve o fluxo gênico, pois este fenômeno pode acontecer, também, pela contaminação com sementes de outra cultivar. Devido a isso, o produtor deve continuar adotando boas práticas de produção, incluindo limpeza de equipamentos de plantio, beneficiamento e transporte, para evitar a mistura física de sementes, que normalmente é a principal causa de contaminação.”

Na mesma ocasião, Schuster participou, junto com representantes de outras empresas, de um painel sobre Biotecnologia – Liberação e Comercialização de Novos Eventos de Transgenia em Soja e outros. Ele falou sobre o valor agregado nas sementes. “No século passado, que há pouco deu espaço para o século XXI, o agricultor que utilizava alta tecnologia era aquele que investia em adubo e fungicida, hoje a semente é o coração deste pacote tecnológico. A semente é o veículo que leva as novas tecnologias ao produtor e, portanto, tem alto valor agregado”, declarou.

O Evento


O XXXI Ciclo de Reuniões Conjuntas da CSM/PR teve início na segunda-feira, dia 13, e segue até sexta-feira, dia 17. Todas as reuniões, palestras, painéis, debates e vitrines tecnológicas são realizados no 5º andar do Hotel Rafain, em Foz do Iguaçu/PR.

Fonte: Imprensa COODETEC

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