Publicado em: 20/08/2012 às 18:10hs
São esperados cerca de 100 representantes de instituições de pesquisa brasileiras e de outros países do Mercosul, técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, além de representantes de indústrias. O objetivo é discutir resultados e normas legais, avaliar metodologias e validar recomendações de utilização de inoculantes para a agricultura.
“Hoje, só no Brasil, são comercializadas, anualmente, cerca de 25 milhões de doses de inoculantes, a maioria para a cultura da soja”, afirma o presidente da XVI RELARE, Ricardo Araujo, empresário do ramo de inoculantes e associado da ANPII (Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes). “E esse é, justamente, o diferencial da soja brasileira, pois o uso de inoculantes contendo bactérias fixadoras de nitrogênio dispensa totalmente os fertilizantes nitrogenados, o que resulta em uma economia estimada em 14 bilhões de reais anuais para o Brasil”, completa a pesquisadora da Embrapa Soja Mariangela Hungria, atual vice-presidente da RELARE.
Anualmente, diversas Instituições de pesquisa no Brasil e no exterior dedicam-se a estudos visando identificar microrganismos que possam contribuir para a diminuição da necessidade de adição de fertilizantes químicos às plantas, com vantagens econômicas e ambientais, resultando em menores custos para o agricultor e menor poluição de lagos, rios, reservatórios de águas e da atmosfera.
Os resultados dessas pesquisas são apresentados todos os anos na reunião da Relare. A iniciativa de reunir pesquisadores e indústrias de inoculantes partiu do professor João Ruy Jardim Freire, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que, em 1985, já vislumbrava a importância das parcerias público-privadas. O professor, que será homenageado nesta RELARE, propôs que pesquisadores e representantes das indústrias se reunissem para discutir recomendações que viabilizassem o uso crescente deinoculantesna agricultura brasileira, o que vem acontecendo desde então. A legislação brasileira de inoculantes, provavelmente a mais avançada do mundo, foi apenas um dos frutos resultantes de discussões e do trabalho da RELARE.
“É importante salientar que a utilização de inoculantes microbianos representa uma abordagem biotecnológica coerente com os programas atuais do governo brasileiro de redução de emissão de gases de efeito estufa, compondo o programa de Agricultura de Baixo (Consumo de) Carbono (ABC)”, explica a pesquisadora Mariangela Hungria. Mais informações sobre o evento estão disponíveis no site http:www.cnpso.embrapa.br/relare.
Saiba mais - Pela legislação brasileira, inoculantes são produtos que contêmmicrorganismoscomatuaçãofavorávelaocrescimento deplantas. Incluem, principalmente, microrganismos capazes de substituir adubos químicos, como as bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico e bactérias capazes de promover o crescimento das plantas, tornando-as mais aptas a absorver água e nutrientes do solo e de resistir a estresses como deficiências hídricas e ataques de patógenos.
Fonte: Embrapa Soja
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