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Pesquisa avalia suplemento mineral para combate à anemia

Estudo com soro de leite e leveduras de cana-de-açúcar aponta novos rumos para o combate à doença


Publicado em: 08/01/2013 às 09:30hs

Pesquisa avalia suplemento mineral para combate à anemia

No Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 21% das crianças com até 5 anos, 43% das gestantes e 23% das mulheres em idade fértil (que sofrem perda periódica do nutriente devido à menstruação) possuem algum grau de deficiência em ferro.

Mas, uma pesquisa apoiada pela Fapesp espera que no prazo de cinco anos, um suplemento mineral, produzido a partir de matérias-primas de alta disponibilidade e baixo custo, poderá contribuir para que sejam supridas as necessidades de ferro de quem carece desse nutriente.

O potencial do novo produto é uma das aplicações possíveis de um projeto de pesquisa recém-concluído por Maria Teresa Bertoldo Pacheco e sua equipe, do Centro de Química de Alimentos e Nutrição Aplicada do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital).

“Testamos duas matérias-primas abundantes e baratas: o soro de leite e as leveduras de cana-de-açúcar (Saccharomyces cerevisae). As proteínas de uma e de outra fonte foram hidrolisadas, isto é, ‘clivadas’ ou ‘cortadas’, com diferentes enzimas”, disse Pacheco.

A pesquisadora contou que, para o produto resultante ser ideal como suplemento alimentar, a quelação ao ferro deve ser forte, mas não demais. “Deve ser forte o suficiente, para garantir a estabilidade do composto durante sua passagem pelo trato digestivo, caracterizado pelo pH ácido do estômago; mas não tão forte, de modo que a molécula seja capaz de liberar o ferro ao chegar aos enterócitos da membrana intestinal, possibilitando sua absorção”, disse.

Não basta que haja ferro, é preciso que o organismo consiga absorvê-lo. “De modo geral, a absorção é muito pequena, pois, devido ao potencial oxidativo e tóxico do ferro, o organismo possui mecanismos naturais de defesa, para limitar sua assimilação”, disse Pacheco.

Segundo a pesquisadora do Ital, os resultados obtidos com as proteínas hidrolisadas do soro de leite foram muito favoráveis. Já os hidrolisados de proteína de levedura apresentaram menor capacidade de quelação ao ferro (destes, aquele cuja hidrólise foi obtida por meio da enzima viscozyme exibiu maior biodisponibilidade de ferro).

Constatado o potencial do soro de leite, o próximo passo é testar a biodisponibilidade do material com células conhecidas como CACO 2, que simulam o comportamento fisiológico e metabólico da borda intestinal humana, e, em seguida, com modelos animais.

Fonte: Sou Agro

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