Este trabalho já teve início antes mesmo da finalização do Centro de Pesquisa, com a capacitação da assistência técnica e extensão rural do estado.

Em parceria com diversas instituições matogrossenses, públicas e privadas, a equipe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agrossilvipastoril montou processos de capacitação continuada de técnicos envolvidos em diversas cadeias produtivas relevantes para o estado, como a do leite, da fruticultura, piscicultura, olericultura, mandiocultura, sistemas agroflorestais e integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF). A Unidade também está envolvida na capacitação de técnicos sobre o Plano Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC).

Em cada um destes processos, agentes de assistência técnica e extensão rural de órgãos oficiais e da iniciativa privada são capacitados de forma contínua para tornarem-se multiplicadores de conteúdo. Cada um deles tem como dever de casa montar uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) em seu município. Esta URT serve para seu aprendizado e é também uma ferramenta de trabalho para transmitir o conhecimento adquirido para outros técnicos e para os produtores que assiste.

“Ao contrário do que a maioria de nós pensava, Mato Grosso é um estado de pequenos produtores. São milhares de agricultores familiares e assentados que dependem da assistência técnica para produzirem”, afirma o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agrossilvipastoril, Lineu Domit.

De acordo com levantamento feito pela Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), dos 188.560 estabelecimentos agrícolas do estado, 140.201 pertencem a pequenos produtores, o que representa quase 75% do total. Destes, 90.046 são assentados da Reforma Agrária, que dependem exclusivamente da assistência técnica oficial para produzirem.

Segundo o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Empaer, Almir de Souza Ferro, com a capacitação dos técnicos, será possível oferecer melhor assistência à família rural, melhorando a produção e a condição de vida no campo.

“Para que a capacitação dos produtores aconteça, primeiro precisamos treinar os técnicos. E esta é uma demanda que já está sendo resolvida em parceria com a Embrapa”, afirma.

Para dar suporte à transferência de tecnologia em Mato Grosso, a Embrapa Agrossilvipastoril conta com duas importantes estruturas. Uma é um centro de treinamento que está sendo inaugurado com a sede do Centro de Pesquisa e o outro é o Sítio Tecnológico, já em funcionamento há dois anos agrícolas.

O centro de treinamento conta com duas salas, uma convencional e outra toda informatizada. Ele permitirá a realização de cursos e capacitações até mesmo à distância, sanando algumas das dificuldades encontradas em Mato Grosso.

O Sítio Tecnológico, por sua vez, é uma vitrine de tecnologias disponíveis para o estado. No local são plantadas diferentes cultivares de soja, milho, sorgo, algodão, girassol, arroz, feijão, adubos verdes, entre outras culturas. Há ainda um campo agrostológico com mais de 30 tipos de forrageiras que podem ser utilizadas pelos pecuaristas matogrossenses. Além disso, há uma área demonstrativa de iLPF com sete diferentes opções de espécies florestais. Esta área, além de sediar um dia de campo anual, serve de apoio para visitas técnicas de estudantes, produtores e profissionais ligados à agropecuária. Em breve, o Sítio ainda fará parte de um projeto de educação ambiental, em integração com uma trilha ecológica a ser montada na APP do Centro de Pesquisa.