Os pesquisadores que estão atuando nesta terceira etapa do projeto Biomas na Amazônia, fizeram o mapeamento de solos, na propriedade sede dos experimentos, no município de Marabá, no Pará. Foram coletadas amostras para a classificação e posterior identificação do seu potencial de uso.  Nesta fase, está sendo feito o mapa e, na sequência, serão eleitas as áreas prioritárias para os sistemas de produção, Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, as APPs.

O levantamento detalhado na Fazenda Cristalina será a  base das ações do projeto neste bioma, que tem por natureza trabalhar com o componente arbóreo dentro das propriedades rurais, mas caracterizando essencialmente o solo e relevo para identificar o maior ou menor potencial do uso da terra. “Interessa-nos termos eleitas as áreas de maiores potenciais para colocar experimentos com sistemas de produção e, nas mais frágeis, instituirmos pesquisas em Áreas de Proteção Permanente. Em paisagens com potencial intermediário, serão estabelecidas pesquisas em Reserva Legal”, explica o coordenador do projeto Biomas, Dr. Gustavo Curcio.

Na propriedade de Walter Müller, foram identificados ambientes contrastantes quanto à capacidade de uso: latossolo vermelho-amarelo - profundos, arenosos e bem drenados - e plintossolo pétrico - mais rasos e muito pedregosos - ambos com potenciais de uso muito distintos. “Constituem volumes diferenciados na paisagem e devem ser destinados a diferentes finalidades”, analisa Curcio.

Como o projeto Biomas trabalha particularmente com a introdução de árvores, de acordo com as características da paisagem, pesquisadores precisam fazer levantamentos muito detalhados. “O mapa de solos está sendo confeccionado na escala 1:3000, detalhe suficiente para apontar, com precisão, as diferentes potencialidades de uso da terra, pluralizando as oportunidades do produtor rural”, comenta o coordenador.

O pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental Arystides Resende Silva alerta que para o produtor rural é importante saber em qual condição se encontra o solo de sua propriedade. “Uma vez que o produtor esteja com a análise do solo na mão, será uma forma prática e rigorosa de colocar os insumos de forma correta. A partir daí, os sistemas introduzidos nesta propriedade serão implantados de maneira mais adequada, garantindo a execução de ações mais sustentáveis, ou seja, de forma economicamente viável, socialmente justa e ecologicamente correta.”

Sobre o Projeto Biomas

O projeto é uma parceria entre Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os estudos já estão sendo desenvolvidos nos seis biomas brasileiros. Os pesquisadores buscam soluções para a produção sustentável de alimentos, a partir da reintrodução da árvore nas propriedades rurais do Brasil. O Projeto Biomas tem o apoio do SENAR, SEBRAE, Monsanto, John Deere e Vale Fertilizantes.