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Embrapa investe em metodologia para avaliação de impacto ambiental

Dez unidades da Embrapa estão engajadas em um grupo de trabalho criado para orientar os estudos em Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) da Empresa


Publicado em: 12/06/2012 às 09:10hs

Embrapa investe em metodologia para avaliação de impacto ambiental

ACV é uma ferramenta para avaliar os impactos ambientais potenciais associados a um produto, processo ou atividade, por meio da identificação e quantificação dos fluxos de energia e material ao longo do ciclo de vida. Também é conhecida como um instrumento que estuda o produto do “berço ao túmulo”.

A coordenadora do grupo é a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente Marília Folegatti Matsuura. Ela falou sobre a iniciativa na abertura do II Encontro em AVC, promovido pela Embrapa Agroenergia em 23/05. “Temos vários desafios, inclusive de desenvolvimento de metodologias”, comentou. Atualmente, 14 projetos de pesquisa da Empresa contam com avaliação de impacto baseada na ferramenta. “No último ano, o interesse por ACV cresceu muito na Embrapa, impulsionado principalmente pela demanda por estudos de produtos agroenergéticos”, informou.

Marília destacou que a adoção de uma metodologia de quantificação de impacto ambiental está em consonância com o Plano Diretor da Embrapa (PDE). “Garantir a competitividade e a sustentabilidade da agricultura brasileira” e “intensificar o desenvolvimento de tecnologias para o uso sustentável de biomas e a integração produtiva das regiões brasileiras” são dois dos objetivos estratégicos da instituição expressos no documento.

“Acabamos de definir esse grupo de trabalho para trazer a ACV para o ‘core’ da nossa instituição, já que a agricultura brasileira e a mundial caminham cada vez mais no sentido da sustentabilidade”, declarou o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Maurício Lopes.

Credibilidade dos produtos brasileiros

Na opinião do pesquisador Gilmar Souza Santos, da Embrapa Agroenergia, o uso formal e intensivo da ACV poderá consolidar a credibilidade dos produtos brasileiros nos mercados internacionais. “O atual desafio para as organizações de pesquisa é viabilizar a agricultura sustentável do ponto de vista econômico, social, capaz de promover tecnologias e produtos competitivos, porém sem danos ao meio ambiente”, aponta o pesquisador. O governo francês, por exemplo, já está exigindo que os rótulos para frutas comercializadas no país, entre elas a manga brasileira, exibam os volumes de gás carbônico emitidos.

“Um dos objetivos da equipe é disseminar a importância da ACV e dos conceitos associados a essa metodologia”, explicou o pesquisador da Embrapa Agroenergia Alexandre Cardoso. O trabalho também visa a estabelecer uma rede de parcerias por meio da identificação de competências e promover capacitação. Além disso, o grupo buscará a padronização de ferramentas a serem utilizadas na Empresa para aplicação da ACV.

Para a pesquisadora Maria Cléa Brito de Figueirêdo, da Embrapa Agroindústria Tropical, “a iniciativa é importantíssima para institucionalizar a ferramenta, o que não é simples”. Ela lembra que a metodologia foi desenvolvida fora do País. “Com a variedade de especialistas da Embrapa, temos uma condição ímpar de contribuir para adaptação desse método às condições nacionais”, opina.

Além da Embrapa Agroenergia, Agroindústria Tropical e Meio Ambiente, também compõem o grupo a Embrapa Cerrados, Hortaliças, Produtos e Mercado, Rondônia e unidades da sede da Empresa.

III Encontro em ACV

O Grupo de Trabalho já está trabalhando no III Encontro em ACV, que será realizado em 11 de julho, na sede da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna/SP. Mais informações serão divulgadas em breve, no site dessa Unidade e no da Embrapa Agroenergia.

Fonte: Embrapa Meio Ambiente

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