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Embrapa e a expansão da produtividade rural

Graças a uma revolução silenciosa, processada nos laboratórios de pesquisa agropecuária, o Brasil vem produzindo cada vez mais alimentos em áreas proporcionalmente menores


Publicado em: 22/06/2012 às 07:35hs

Embrapa e a expansão da produtividade rural

Esses experimentos, com forte contribuição da biotecnologia, multiplicaram a produtividade agrícola, reduzindo a demanda por novas áreas.

O principal agente dessa revolução é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Seus trabalhos nos últimos 30 anos estão entre os responsáveis pela expansão da produtividade agrícola do país em cinco a seis vezes, dependendo da cultura.

Com isso, a produção brasileira dobrou nos últimos dez anos, enquanto a área plantada cresceu cerca de 25%.

PASSADO E PRESENTE

No fim dos anos 1990, o Brasil produzia em torno de 80 milhões de toneladas de grãos em uma área ao redor de 40 milhões de hectares. Hoje colhe cerca de 160 milhões numa área próxima a 50 milhões de hectares.

Segundo Francisco Aragão, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, responsável pelo Laboratório de Engenharia Genética dessa unidade, sem as novas tecnologias “a gente teria desmatado muito mais ou até passado fome”, diz.

Para aumentar a produtividade, usa-se tecnologia, o que inclui irrigação, cuidados com o solo, tratos culturais e genética.

A primeira planta transgênica da América Latina foi gerada pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em 1986. Desde então, o centro de pesquisa vem desenvolvendo plantas mais resistentes, que apresentam menos perdas no campo e que facilitam o plantio.

BIOTECNOLOGIA

Mais recentemente foram introduzidas pesquisas para melhorar o aspecto nutricional das variedades. Está sendo desenvolvida, por exemplo, uma alface com 15 vezes mais ácido fólico. A falta dessa substância está associada à má-formação de bebês, depressão e outras doenças.

A Embrapa Biotecnologia também criou um feijão resistente ao vírus causador do mosaico dourado, doença responsável por perdas de 40% a 100% de uma lavoura.

No país, segundo Aragão, as perdas chegam a 280 mil toneladas de feijão por ano. Isso leva os produtores, especialmente os de maior porte, a aplicar inseticidas semanalmente nas plantações. Com a planta, a expectativa da Embrapa é de que a produção de feijão aumente 30% em uma mesma área.

A estatal também desenvolveu, em parceria com a Basf, uma cultivar de soja resistente a um herbicida produzido pela multinacional. O objetivo é levar os produtores a fazer uma rotação de herbicidas, para evitar o aparecimento de ervas daninhas resistentes.

Fonte: Folha do Estado

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