Publicado em: 09/03/2012 às 17:20hs
Na composição das novas embalagens, até 50% do material plástico poderá ser substituído por fibras da bucha vegetal e do pseudocaule de bananeiras e mamoeiros. A ideia é reduzir o passivo ambiental gerado pelo consumo de plásticos nas embalagens, volume que cresce a cada dia em função da oferta de produtos frescos de qualidade ou minimamente processados e prontos para consumo. Os primeiros protótipos serão testados em parceria com a Braskem - Unidade Polímeros, de São Paulo, para verificar a resistência, o percentual máximo de fibra no compósito plástico e o custo benefício da proposta.
As embalagens que serão testadas foram desenvolvidas para frutas como morango, mamão, caqui e manga. São alimentos suscetíveis a impactos e que tem grande perda durante o processo de pós-colheita, embalagem, transporte e oferta ao consumidor. De acordo com o pesquisador Antônio Gomes Soares, da Embrapa, só as perdas no setor de frutas podem chegar a 35% devido às injúrias que inviabilizam a comercialização. “Daí nossa preocupação de não só desenvolver embalagens menos agressivas ao meio ambiente, mas também mais adequadas para a acomodação das frutas”.
Em recente visita às feiras Fruti Logistics e Freshconex, em Berlim (Alemanha), o pesquisador Murillo Freire, também da Embrapa, atestou o grande volume de plásticos usados em embalagens para alimentos frescos e minimamente processados no mercado europeu. Essas feiras atraem 2.400 expositores e mais de 55 mil visitantes interessados em negócios e oriundos de 130 países em cada nova edição. “As empresas no exterior demandam alternativas para embalagens, mas querem soluções já validadas no mercado”, explicou.
Os testes feitos na Braskem seguirão para um polo frutífero para nova validação e ajuste dos processos de fabricação. A expectativa dos pesquisadores é chegar até o final do ano com embalagens validadas e estimativas de custo-benefício para poder oferecer o projeto de novas embalagens biodegradáveis e anatômicas às empresas do Brasil e do exterior. A iniciativa da Embrapa, do INT e do IMA conta com o apoio financeiro do BNDES.
Fonte: Embrapa Agroindústria de Alimentos
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