Publicado em: 05/08/2013 às 12:40hs
A mais rígida avaliação de resistência do cavalo Crioulo impôs, novamente, um severo teste às notórias características impressas no cerne da raça. A rusticidade e a capacidade de recuperação dos 32 exemplares que cumpriram os 750 quilômetros da Marcha de Integração foram levadas ao limite na seletiva realizada entre os dias 21 de julho e 4 de agosto, na cabanha Manto Azul em Santo Antônio da Patrulha/RS. Este ano, a prova marcou também a conclusão de um ciclo triplo de triagem e consagrou o primeiro animal na história da raça, com comprovadas múltiplas aptidões.
Depois de marchar 67 horas, 13 minutos e 48 segundos em 15 dias, a égua Quinta do Sá Brito, de propriedade da Parceria Adolpho Guerra Gomes e Filhos e montada por Valmir da Silva Santos, foi a vencedora da Marcha de Integração de 2013 da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). Além do primeiro lugar geral, o animal também conquistou os títulos de Melhor Égua até Sete Anos, Melhores Aprumos e Melhor Lombo. Para completar o triunfo, Santos ainda foi eleito o Melhor Ginete da Marcha.
Em segundo lugar ficou a melhor égua acima de sete anos, Gralha da Diamantina, exposta por Sérgio Ulisses Nogueira de Oliveira, com o tempo acumulado de 67 horas, 15 minutos e 2 segundos. O melhor cavalo castrado foi Piraí 1497, do criador Paulo Tavares Móglia, e o reprodutor com o menor tempo total foi Tormento do Rincão dos Xucros, do Condomínio Irmãos Zambrano.
De acordo com o coordenador da subcomissão da Marcha da ABCCC, Alexandre Selistre, a prova bateu o recorde em número de inscritos (40) e superou em qualidade a disputa do ano passado. O coordenador destacou a hospitalidade da família Maciel, anfitriões da seletiva, e a ótima condição estrutural disponibilizada pela cabanha Manto Azul, que ofereceu todo o necessário às exigências da competição.
Na avaliação do presidente da ABCCC, Mauro Ferreira, a prova desse ano foi plena de êxito. “Tivemos grande participação de novos interessados na Marcha, uma melhora também na organização da prova e uma evolução no nível de preparo dos animais. Foi importante também a consciência dos ginetes que, mesmo com a premiação de um carro zero quilômetro, respeitaram os limites de seus animais”, diz.
Pampeana faz história e é a primeira Tríplice Coroada
Em paralelo à disputa pela ponta, a briga de Pampeana do Retiro do Ouro contra si mesma também chamou a atenção do público marcheiro. Com os registros no currículo de finalista no julgamento morfológico da Expointer e o de 4º lugar no Freio de Ouro, faltava apenas a conclusão da Marcha de Integração para a égua ser premiada como a primeira Tríplice Coroada da raça Crioula. Não falta mais.
Montada por Afonso Patron e exposta por Eduardo Linhares e Rodrigo Fialho, Pampeana foi submetida ao seu mais duro teste de resistência e conquistou, de forma inédita, o título unificado. Com o prêmio, a égua colorada consagrou-se como um símbolo da chamada seleção integral: um animal comprovadamente bonito, funcional e resistente.
“Estamos muito satisfeitos e felizes pelo resultado. Ela sempre foi uma égua que se destacou dentro da manada, um animal de sangue quente, personalidade forte e extremamente habilidosa. Ainda não tínhamos testado a resistência de nenhum dos nossos animais mas, com certeza, a Marcha chegou para ficar na nossa criação”, comemorou Fialho.
E realmente, Pampeana demonstrou muita resistência. O galope firme na linha de chegada deixou claro que os 750 quilômetros da prova não esgotaram por completo o animal, surpreendendo até mesmo o experiente ginete. “Ela teve só três meses de treinamento pois recém desmamou um potrilho. Pampeana provou ter grande capacidade de recuperação e rusticidade, além de bons aprumos, o que foi muito importante para o seu desempenho”, avaliou Patron.
Fonte: Assessoria de Imprensa da ABCCC
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