Publicado em: 13/11/2024 às 12:00hs
O Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Embrapa Gado de Corte (MS) acaba de lançar uma nova plataforma digital destinada a pecuaristas e profissionais do setor agropecuário. A ferramenta, que está disponível de forma gratuita, reúne dados estratégicos e informações relevantes sobre a cadeia produtiva da carne bovina, contribuindo para o desenvolvimento do setor. Com uma interface moderna e intuitiva, a plataforma facilita a consulta a estudos e cenários, tanto nacionais quanto internacionais, sobre a produção e o mercado da carne bovina.
De acordo com Guilherme Malafaia, coordenador do CiCarne, a principal proposta da plataforma é resolver um dos maiores desafios da cadeia produtiva: a dispersão de dados. "A ferramenta coloca, literalmente, na palma da mão dos pecuaristas e tomadores de decisão, sejam públicos ou privados, informações essenciais para o planejamento estratégico e ações concretas no setor", afirma.
A plataforma foi desenvolvida por meio de parcerias com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o governo do estado de Mato Grosso do Sul, e traz painéis temáticos sobre a evolução da pecuária de corte brasileira. O design da ferramenta segue as tendências mais modernas e inclui dados sobre megatendências para 2040, rebanhos, abates e a oferta e demanda do mercado.
Em breve, a plataforma também contará com informações sobre as emissões de gases de efeito estufa (GEE) geradas pela pecuária de corte e a utilização da mudança de uso da terra no estado de Mato Grosso do Sul, resultado de um projeto de pesquisa da Embrapa, financiado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect).
As parcerias institucionais desempenham papel fundamental na manutenção e atualização da plataforma. A Embrapa, por sua vez, utiliza os dados coletados e gerados pelas instituições parceiras para construir e atualizar os painéis informativos. Além disso, a estatal oferece suporte técnico-científico e resultados de pesquisas atuais. A equipe do CiCarne é composta por pesquisadores da Embrapa Gado de Corte, Embrapa Pecuária Sudeste (SP), Embrapa Pecuária Sul (RS) e Embrapa Pantanal (MS).
Para os usuários que acessam a plataforma pela primeira vez, Malafaia sugere começar pelos painéis mais acessíveis, muitos dos quais foram desenvolvidos em parceria com o Observatório da Agropecuária Brasileira. O pesquisador destaca que "essas ferramentas oferecem acesso rápido e sem custo a dados e informações atualizadas, além de séries históricas que permitem o monitoramento ágil de diferentes aspectos da cadeia produtiva".
Além dos painéis temáticos, a plataforma também disponibiliza estudos técnico-científicos elaborados pelos especialistas do CiCarne, como a 67ª edição do Boletim CiCarne, que traduz o conhecimento científico para temas estratégicos, e documentos técnicos, que são artigos científicos aprofundados sobre questões específicas.
A plataforma oferece acesso a bases de dados nacionais e internacionais. Entre as nacionais, estão dados de portais como o Instituto de Economia Agrícola (IEA), BM&FBovespa, Serviço de Inspeção Federal (SIF), e outros. Já entre as bases internacionais, destacam-se fontes como o USDA National Agricultural Statistics Service (USDA NASS), Beef + Lamb New Zealand, UNdata e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Um dos destaques da plataforma é o Anuário CiCarne da cadeia produtiva da carne bovina, que será atualizado em breve com os dados de 2024. No anuário, Malafaia e Paulo Biscola contextualizam a cadeia produtiva e apresentam números sobre produção, consumo e comercialização, abordando, inclusive, questões relacionadas à sanidade animal e à transformação digital no setor.
A publicação também reflete sobre a importância da conectividade no campo, abordando como a transformação digital impacta o processo de distribuição de insumos, gado e carne. Malafaia e Biscola reforçam a importância da colaboração entre stakeholders e apontam que, para o avanço do setor, é necessário superar a falta de relacionamentos sistêmicos e adotar modelos colaborativos, já praticados com sucesso em países como Austrália, Canadá, China, Estados Unidos, Reino Unido e Uruguai.
Fonte: Portal do Agronegócio
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