Publicado em: 20/04/2022 às 08:30hs
Segundo a IDC Brasil (International Data Corporation), o 5G deve gerar investimentos de US$ 25,5 bilhões até 2025 no mercado brasileiro. Inteligência artificial, internet das coisas (IoT), computação em nuvem (cloud), big data e cibersegurança estão entre as áreas que serão beneficiadas com a chegada do 5G no Brasil. De acordo com o estudo, as companhias brasileiras investirão cerca de US$ 1,6 bilhão somente em serviços de cibersegurança, alta de 17,6% em relação a 2021. Porém, não é tão simples assim! Para a implementação efetiva do 5G, é necessário mais tempo do que se imagina.
No Brasil, existem muitas questões burocráticas de autorizações, impostos excessivos e um grande problema de infraestrutura. Sem falar da falta de mão de obra qualificada para implementar, ensinar ou proteger, já que temos uma desigualdade educacional e um país continental.
Na década de 80 e 90, os negócios precisaram ser transformados com o uso em redes de computadores e começamos a diminuir as fronteiras sociais e comerciais com as BBS e provedores de internet. O agronegócio brasileiro, que é referência, não ficou para trás, e logo se transformou acompanhando aquele momento mundial.
Prometendo uma velocidade de rede 100 vezes maior, a tecnologia 5G traz inúmeras oportunidades para diversas áreas. O relatório publicado em 2020, pelo Fórum Econômico Mundial, com o nome de Future Series: Cybersecurity, emerging technology and systemic risk - INSIGHT REPORT, em parceria com a Universidade de Oxford, apresentou dados e informações que estimam em US$ 13,2 trilhões o potencial econômico do 5G até 2035.
Com a chegada da tecnologia, o agronegócio brasileiro, imprescindível para o PIB brasileiro, ajudará a aumentar a competitividade em relação a outros países mais desenvolvidos e reduzir custos operacionais, podendo ser um dos mais beneficiados. O 5G e uma infraestrutura segura permitirão mais tecnologia e produtividade para os grandes produtores e empresas do setor.
Esta infraestrutura tecnológica permitirá o avanço no uso de dispositivos inovadores, como por exemplo: drones, automação de veículos e propriedades, novas telemetrias e monitoramentos. Além disso, poderemos ter startups explorando o 5G com geomapeamento de terras com IoT, inteligência artificial e robôs numa escala jamais vista. Portanto, o agro brasileiro, que já é uma referência no mundo, poderá escalar e melhorar a competitividade em vários fatores, possibilitando também aos pesquisadores, agrônomos e institutos um melhor aproveitamento e conhecimento.
Vale ressaltar ainda que o 5G é um recurso de infraestrutura tecnológica e de comunicação que possibilitará um avanço na transformação digital para o agro. Acredito que ajudará no controle da qualidade e produtividade do setor. A tecnologia associada a ciência e pesquisa, poderá auxiliar no desenvolvimento de negócios e startups do segmento nos próximos anos.
Destaco ainda que tecnologias como 5G, internet das coisas, inteligência artificial e robotização terão um grande apelo de sustentabilidade, o que é importante para fundos de investimento que levam em conta o ESG (Environmental, Social and Governance), e isto para o agronegócio brasileiro, pode ser diferencial competitivo e mais lucro a médio e longo prazo.
Mas devemos ter um ponto de atenção: os alvos clássicos dos cibercriminosos em todos os países são as infraestruturas críticas, ou seja, setores de telecomunicações, financeiro, saúde, transporte, produção de alimentos, energia e governo. É possível notar que qualquer nova tecnologia com potencial de negócios, na casa de bilhões de dólares, é tão atraente para os empresários como é para os cibercriminosos. O 5G é uma novidade e, como acontece com toda nova tecnologia, hackers trabalham para criar golpes e obterem informações e dados. Como já dizia Clive Humby: "dados são o novo petróleo".
Com isso, o agronegócio e tudo relacionado a ele são potencial alvos para cibercriminosos, e quanto antes começarem a investir em cibersegurança e gestão de segurança da informação e da privacidade, melhor preparados estarão para implementação do 5G. Atualmente, os investimentos ainda são pequenos comparados com a riqueza gerada por este segmento no Brasil. Nesse sentido, a área de cibersegurança precisará de mais recursos para contribuir com a segurança digital do agronegócio.
Jeferson D’Addario é CEO do Grupo DARYUS, professor coordenador do MBA em Gestão e Tecnologia em Segurança da Informação (GTSI), do MBA em Gestão de Risco e Continuidade de Negócios (GRCN) do Instituto DARYUS de Ensino Superior Paulista (IDESP) e consultor sênior em Continuidade de Negócios e Gestão de Riscos.
Fonte: Sing Comunicação de Resultados
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