Publicado em: 11/11/2024 às 15:30hs
A análise de Marcos Pinotti, diretor de engajamento da Kron Digital, enfatiza que a evolução tecnológica no setor agrícola se revela mais crucial do que nunca. A indústria enfrenta desafios significativos, como o aumento dos custos de insumos, a escassez de mão de obra e a crescente demanda por práticas sustentáveis e transparentes. Há um reconhecimento crescente entre as corporações agrícolas de que soluções imediatas são necessárias para lidar com esses obstáculos. Felizmente, a tecnologia agrícola, ou Agritech, se apresenta como uma resposta promissora.
Esse conceito refere-se à aplicação de tecnologia na agricultura com o objetivo de aprimorar a eficiência, a produtividade e a sustentabilidade na produção de alimentos. As inovações incluem práticas como agricultura de precisão, irrigação inteligente, biotecnologia e automação. Ademais, avanços significativos estão transformando o setor em áreas como agricultura vertical interna, tecnologia pecuária, práticas modernas de estufas, inteligência artificial e blockchain.
Em uma escala global, a agricultura enfrenta desafios como mudanças climáticas, tensões geopolíticas e degradação dos recursos naturais, especialmente no que diz respeito à qualidade do solo. Com a projeção da população mundial alcançando 9,1 bilhões até 2050, conforme a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a segurança alimentar torna-se uma preocupação premente. Neste cenário, o Agritech desponta como um motor potencial para a próxima grande revolução agrícola, com a inteligência artificial (IA) viabilizando uma produção mais eficiente e sustentável.
A tecnologia é agora essencial para a operação de fazendas comerciais. Empresas de agricultura de precisão desenvolvem soluções que permitem aos agricultores otimizar os rendimentos ao controlar variáveis como umidade, condições do solo e microclimas. Um estudo da Grand View Research projeta que o mercado de agricultura de precisão atingirá US$ 43,4 bilhões até 2025, atraindo uma nova geração de agricultores interessados em startups inovadoras.
O uso do blockchain no agronegócio visa aumentar a rastreabilidade e a transparência ao longo da cadeia produtiva de alimentos. Com essa tecnologia, é possível criar registros imutáveis que documentam a jornada dos alimentos desde o produtor até o consumidor final, assegurando a autenticidade, qualidade e segurança dos produtos.
Essas e outras tecnologias estão impulsionando a inovação e a transformação digital no agronegócio, proporcionando benefícios como aumento da produtividade, redução de custos, tomada de decisões mais assertivas, maior qualidade dos produtos e uma abordagem mais sustentável à agricultura.
Conforme o relatório da Markets and Markets, o mercado global de IA na agricultura deve crescer de US$ 1,7 bilhão em 2023 para US$ 4,7 bilhões até 2028, sublinhando o papel fundamental das tecnologias avançadas neste setor. A integração da inteligência artificial na agricultura, além de remodelar as práticas atuais, abre caminho para um futuro sustentável e resiliente. A IA pode contribuir para o monitoramento e ajuste de cada fase do crescimento no campo, desde a seleção de sementes até a colheita, respondendo rapidamente às condições climáticas e garantindo a saúde e o rendimento ideal das colheitas.
Apesar dos avanços, a adoção de tecnologias agrícolas ainda enfrenta obstáculos. Segundo um relatório do McKinsey Insight, apenas 39% dos agricultores em todo o mundo adotaram algum tipo de serviço tecnológico, devido à incerteza quanto ao retorno sobre o investimento. A falta de clareza sobre o retorno sobre o investimento (ROI) em tecnologia é uma das principais razões para as baixas taxas de adoção. Para escalar o uso inclusivo de Agritech, uma abordagem multissetorial é essencial.
Diante do crescimento populacional e das pressões ambientais, a adoção de tecnologias Agritech será vital para garantir um futuro agrícola sustentável e produtivo. Transformar a agricultura por meio da tecnologia não é apenas uma oportunidade, mas uma necessidade imperativa para os próximos anos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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