Publicado em: 24/10/2024 às 15:00hs
Nos últimos anos, o debate sobre a segurança dos insumos agrícolas, especialmente dos adjuvantes, ganhou destaque nas discussões sobre sustentabilidade e saúde pública. Um dos componentes mais preocupantes é o nonilfenol etoxilado, amplamente utilizado por sua eficácia em melhorar o desempenho dos defensivos agrícolas. Embora eficiente, seus efeitos a longo prazo são alarmantes tanto para o meio ambiente quanto para a saúde humana.
Estudos indicam que o nonilfenol etoxilado possui potencial carcinogênico, podendo alterar o funcionamento celular e, ao longo do tempo, aumentar o risco de desenvolvimento de câncer. Além disso, como um disruptor endócrino, ele afeta o sistema hormonal, impactando a saúde reprodutiva e aumentando a suscetibilidade a doenças hormonais, como o câncer de mama e distúrbios metabólicos. Esse risco é particularmente grave em áreas agrícolas, onde trabalhadores e comunidades estão expostos a altos níveis dessa substância.
Segundo Marcelo Hilário, químico responsável da Sell Agro, os problemas vão além da saúde humana. O nonilfenol etoxilado possui alta persistência ambiental, acumulando-se no solo e nos corpos d'água. "Esse composto oferece um grande risco à biodiversidade, prejudicando ecossistemas aquáticos e a microbiota do solo", alerta Hilário.
Um estudo da Agência Europeia de Substâncias Químicas (ECHA) revelou que o nonilfenol etoxilado é altamente tóxico para organismos aquáticos, interferindo no sistema hormonal de peixes e anfíbios, provocando deformidades e afetando a reprodução e o crescimento desses animais. "Esses desequilíbrios nos ecossistemas aquáticos podem causar graves consequências nas cadeias alimentares, levando à redução da biodiversidade e ao colapso de habitats essenciais", explica o especialista.
No solo, o impacto não é menor. Essa substância compromete a microbiota, comunidade de microrganismos vitais para a ciclagem de nutrientes, afetando processos como a fixação de nitrogênio e a decomposição de matéria orgânica. "A degradação da diversidade microbiana reduz a fertilidade do solo e, consequentemente, a produtividade agrícola, afetando toda a cadeia produtiva", destaca Hilário.
Diante dessas preocupações, a indústria agrícola tem buscado alternativas mais seguras e sustentáveis. A Sell Agro, por exemplo, está na vanguarda dessa mudança, desenvolvendo soluções que não contêm substâncias nocivas, como o nonilfenol etoxilado.
"A sustentabilidade é um dos pilares fundamentais da nossa empresa. Nossos produtos são formulados com matérias-primas biodegradáveis, garantindo que não causem bioacumulação nem contaminação dos ecossistemas", afirma Hilário. A empresa também se destaca pelo uso de tecnologias que mantêm a eficiência dos defensivos agrícolas sem comprometer a saúde pública e o meio ambiente. Nenhum dos produtos de seu portfólio contém nonilfenol etoxilado, o que reforça seu compromisso com a segurança e a sustentabilidade.
Essa postura não só traz benefícios ambientais, mas também econômicos. O uso de insumos sustentáveis reduz custos relacionados à remediação ambiental e minimiza a necessidade de medidas para mitigar impactos negativos. Além disso, consumidores estão cada vez mais atentos às questões ambientais, valorizando produtos que sigam boas práticas de sustentabilidade.
Com os avanços científicos e a crescente pressão por práticas sustentáveis, espera-se que a substituição de substâncias como o nonilfenol etoxilado se torne uma realidade comum no setor agrícola. Regulamentações mais rígidas em diversas regiões, como na União Europeia, já estão limitando o uso de produtos perigosos, e o mercado responde com inovação e desenvolvimento de novas tecnologias.
"Acreditamos que o futuro da agricultura depende de soluções inovadoras que preservem o solo, a água e a saúde das pessoas. Nosso compromisso é continuar desenvolvendo produtos que reflitam essa visão de longo prazo", conclui Marcelo Hilário. Embora desafiadora, a jornada rumo a uma agricultura mais segura e sustentável mostra que é possível proteger o meio ambiente sem comprometer a produtividade.
Fonte: Portal do Agronegócio
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