Biotecnologia

Agricultura deve inovar mais para enfrentar os atuais desafios do setor

Pedro Rocha, especialista do IICA em biotecnologia e biossegurança, destaca a importância estratégica das info, nano e biotecnologias para aumentar o rendimento da produção e reduzir o impacto negativo da agricultura no meio ambiente


Publicado em: 07/02/2012 às 17:50hs

Agricultura deve inovar mais para enfrentar os atuais desafios do setor

A nova revolução agrícola, baseada no uso de tecnologias de ponta para satisfazer a crescente necessidade de alimentos, requer um marco institucional clara que estabeleça a posição nacional sobre o uso das biotecnologias, e vincule a agricultores e cientistas para o desenvolvimento de melhores técnicas de produção.
 
Pedro Rocha, coordenador de biotecnologia e biossegurança do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), explicou que “se fala de uma nova revolução, pois o setor agropecuário hoje deve responder a desafios como as mudanças climáticas, a insegurança alimentar, a perda de biodiversidade e a exigência de qualidade e inocuidade dos alimentos por parte de consumidores menos informados”.
 
A agricultura atual, como agente de inovação, aproveita as info, nano e biotecnologias. “A base da Revolução Verde era pesquisar para produzir mais, o da nova revolução é inovar em toda a cadeia para aumentar os rendimentos, melhorar a qualidade dos produtos e usar os recursos naturais de forma mais eficiente”, apontou Rocha.
 
O especialista do IICA foi o principal conferencista de um encontro organizado pelo Ministério da Agricultura de Costa Rica (MAG) para comemorar os 70 anos de sua criação. As comemorações continuarão durante este ano.
 
Rocha destacou que a pesquisa de organismos geneticamente modificados (transgênicos) é só uma das muitas biotecnologias, e seu desenvolvimento promoveu a criação de marcos institucionais e de biossegurança exemplares como os protocolos de Cartagena, Nagoya e Nagoya – Kuala Lumpur no contexto mundial, e a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança de Costa Rica.
 
Estes marcos regulam temas que vão desde o uso da biodiversidade com fins de pesquisa até a repartição justa e equitativa dos benefícios que geram esses estudos.
 
Para Rocha, “as biotecnologias são uma caixa de ferramentas para o setor agropecuário, com múltiplas aplicações e estratégias, mas seu aproveitamento depende do trabalho conjunto entre os sistemas nacionais de inovação (encarregados de pesquisar), os produtores (quem definem a tecnologia mais apropriada para produção de alimentos) e o governo (que provê os marcos regulatórios)
 
“Cada ator tem um papel importante, os Ministérios da Agricultura são os agentes que farão possíveis, em grande escala, o enfrentamento dos desafios gerados pela nova revolução”, expressou o especialista do IICA.