Publicado em: 14/07/2008 às 09:32hs
A Cultura de Tecidos Vegetais, ou Micropropagação, é uma das áreas da Biotecnologia, e compreende vários métodos de propagação vegetal em laboratório, vegetativamente e sob condições assépticas, também chamados de cultivo in vitro. A utilização destes métodos permite a produção de mudas com alta qualidade fitossanitária, durante todo o ano e em pequeno espaço físico, sob condições controladas. Também possibilita o armazenamento de material vegetativo, com o estabelecimento de bancos de germoplasma in vitro. As culturas in vitro não necessitam de irrigação, adubação, pulverização com defensivos agrícolas e outras práticas que podem ser danosas ao ambiente.
A produção através da micropropagação envolve altos custos, pois demanda laboratório especializado, equipamento e material de consumo caros e pessoal treinado. Porém, o custo é compensado pelas vantagens competitivas em relação aos métodos de produção convencionais, o que pode ser comprovado pelo fato de que, atualmente, o processo produtivo de várias espécies e cultivares de interesse econômico utiliza exclusivamente métodos de cultivo in vitro para a produção de mudas.
O Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais da Embrapa Rondônia, implementado em 2007, tem como objetivo a utilização desta técnica para a multiplicação clonal de espécies atualmente produzidas a partir de métodos convencionais, muitas vezes lentos e economicamente menos viáveis, o que pode representar um grande avanço para a agricultura do Estado. Subsidiar tecnicamente o melhoramento de espécies cultivadas e facilitar a integração nos sistemas agroflorestais, a partir do fornecimento de mudas de genótipos de elite, também são perspectivas almejadas. Atualmente, o Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais da Embrapa Rondônia tem desenvolvido as seguintes pesquisas:
Micropropagação de espécies frutíferas nativas da Amazônia; determinação de protocolos para propagação in vitro de espécies ornamentais tropicais; implementação de sistemas de reprodução de clones de Coffea canephora (café “robusta”) resistentes à ferrugem; propagação de bananeiras resistentes a doenças como a sigatoka-negra e amarela.
Maurício Reginaldo Alves dos Santos
Pesquisador da Embrapa Rondônia
Contatos: www.cpafro.embrapa.br
Fonte: Maurício Reginaldo Alves dos Santos
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