Agricultura Precisão

Agricultura de precisão para todos

O conceito de agricultura de precisão para o pesquisador da Embrapa Ricardo Inamasu é simples: o produtor deve conhecer a sua terra, e a partir daí, gerenciar a propriedade com base na variabilidade espacial


Publicado em: 13/09/2012 às 12:10hs

Agricultura de precisão para todos

Segundo ele, a agricultura de precisão existe há anos, mas os produtores ainda precisam entender como utilizá-la.

Ricardo Inamasu e os professores Telmo Amado, da Universidade Federal de Santa Maria, e José Molin da ESALQ/USP, participaram nesta quarta-feira (12) do segundo seminário de Agricultura de Precisão no município de Bom Jesus, no Piauí. Para eles, a AP pode ser feita por pequenos e grandes produtores.

“Qualquer produtor consegue fazer AP, ele só precisa observar sua terra e entender cada área para saber como investir ali. Isso é possível com análises do solo por meio da amostragem de cada região. Conhecendo a variabilidade do solo, o produtor poderá utilizar melhor as diferenças da terra,” explicou Inamasu. O pesquisador ressaltou que o produtor pode começar a AP do zero. “A agricultura de precisão é um resgate do homem a terra. Ao identificar cada área ele saberá o que precisa e então poderá investir na compra de equipamentos. A máquina vai ajudar a tratar as diferenças da terra,” assegurou.

Para o professor José Molin, da ESALQ/USP, que ministrou a palestra Situação atual e tendências futuras da AP, o produtor deve encarar que as lavouras não são uniformes e destacou ainda a importância da variabilidade espacial. “Nem o canteiro lá no nosso quintal é uniforme. Por isso precisamos entender essas variabilidades do solo para fazer agricultura de precisão”, disse. “O operacional da AP dá trabalho, mas  faz querer saber mais para gerenciar melhor a lavoura”, acredita.

O professor afirmou que a agricultura de precisão no Brasil é feita atualmente com gerenciamento da correção de adubação do solo via aplicação em taxa variável, basicamente de calcário, potássio, fósforo e gesso, com base na amostragem georreferenciada. Molin destacou  a falta de pessoal qualificado para atuar nesse setor. “É necessário monitorar, coletar dados, analisar e criar diagnóstico na agricultura de precisão. A verdade é que estamos com falta de gente desde o operacional ao profissional intelectual e é ai que entra o papel do SENAR, para capacitar essa mão de obra rural”, afirmou.

Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais do Vale do Gurguéia e produtor na região, Isaías Rocha diz que espera aprender e levar o conhecimento do seminário para seu dia a dia.  “A agricultura de precisão está sendo uma novidade para nós que somos pequenos produtores e usamos técnicas antigas, de 10 ou 15 anos. A AP é uma tendência do futuro”, acredita. Ele conta que já faz experiências na sua propriedade. “Eu procuro identificar as áreas com fertilidade maior. Isso ajuda a melhorar a produção”, disse. Isaías Rocha destacou a importância do SENAR nesse processo de aprendizagem. “O SENAR é nosso parceiro, tem sido muito importante para gente e tem capacitado muitos jovens e produtores rurais nos municípios da região,” assegurou.

Na palestra Manejo de Lavoura para altos rendimentos, o professor Telmo Amado falou sobre adubação e mostrou aos participantes mapas sobre a evolução da fertilidade no solo. Ele lembrou que a variabilidade impacta diretamente na produção, por isso é tão importante. “Precisamos fazer o dever de casa: conhecer a variabilidade do solo para melhorar a produtividade. A agricultura de precisão é apenas um refino tecnológico na lavoura”, disse.

Nelson Manganeli é produtor local e diz que começou a trabalhar com AP este ano. “Eu acredito que a agricultura de precisão seja o futuro mesmo. Estamos começando agora com 400 hectares, como área teste, mas esperamos aumentar no próximo ano e temos equipamentos para isso”, explica. Para ele, a questão da mão de obra será resolvida com auxílio do SENAR. “Com o trabalho do SENAR, será possível aperfeiçoar profissionais para atender essa área e com o tempo suprir essa demanda de mão de obra.”

Fonte: Assessoria de Comunicação do SENAR

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