Publicado em: 15/05/2014 às 00:00hs
Ricardo Inamasu: Pesquisador e coordenador da Rede de AP da Embrapa
Por: Assessoria de Comunicação do SENAR
Durante os seminários de agricultura de precisão em 2012 realizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) nos estados do Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul, o pesquisador e coordenador da Rede de AP da Embrapa, Ricardo Inamasu, aplicou um questionário para os produtores rurais que participaram dos encontros, para levantar o perfil desse produtor.
Segundo Inamasu, o SENAR teve papel fundamental nesse estudo, com a realização dos seminários e desmitificação do conceito de AP nas regiões de maior produção agrícola do País.
O pesquisador deu entrevista ao Portal do SENAR e contou um pouco sobre os resultados da pesquisa, divulgada nesta quinta-feira, 15, durante a III Convenção de Agricultura de Precisão em São Carlos (SP), que acontece até amanhã, dia 16.
Portal do SENAR: Como surgiu a ideia de aplicar questionários aos produtores dos seminários de AP do SENAR?
Ricardo Inamasu - O questionário, mais que uma ideia, é a necessidade de obter um retrato da influência da AP na nossa Agricultura. Sem essas informações a AP no País é apenas uma hipótese de boas práticas e não saberíamos dizer em que direção tanto a pesquisa como as políticas públicas podem atuar de forma eficaz. O SENAR promoveu seminários nas principais regiões produtoras do País. Foram cobertos nove estados, Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul. Não poderíamos perder essa oportunidade e entender um pouco a expectativa dos agricultores nessas regiões.
Na compilação dos dados, encontrou alguma informação inédita? Se sim, poderia compartilhar?
Não saberia afirmar se a informação é inédita, pois havia uma expectativa intuitiva. O questionário mostrou que os agricultores que adotam a AP são jovens, ou seja, não é engano afirmar que a AP tem uma forte relação com a nova geração de agricultores. Outa informação interessante é a influência significativa dos consultores, pois eles são a fonte principal dos conhecimentos em AP, seguida por cursos e treinamentos.
Como as informações coletadas vão contribuir para as pesquisas em AP e para o avanço do setor no País?
Diria que essas informações são ainda parte dos dados que vão dirigir as pesquisas e políticas públicas. A Comissão Brasileiro de Agricultura de Precisão do Mapa está buscando um perfil mais completo e abrangente. Na minha opinião, os dados mostram a importância em apoiar os trabalhos dos consultores e treinar os multiplicadores para disseminar os conhecimentos que fundamentam a prática da AP.
O produtor ouvido está em que patamar de conhecimento em relação às inovações tecnológicas do setor?
Os produtores das regiões consultadas são os que participam fortemente do desempenho positivo do setor. E eles alcançaram esse nível por meio de incorporação de tecnologias, ou seja, são produtores que estão em patamares elevados de conhecimento.
Por fim, como o SENAR contribuiu para a realização desse trabalho?
Entendemos que a AP não se faz apenas por um setor. Máquinas, serviços, ensino, pesquisa e políticas públicas são elos e todos devem ser fortes. É como se fosse um trabalho de uma equipe. Cada um complementa de forma diferente e o conjunto formado apresenta um resultado muito mais completo. Para esse caso específico, a iniciativa do trabalho de divulgação de conceitos e desmistificação da AP foi do SENAR. Nós participamos em palestras e aproveitamos a oportunidade para realizar esse levantamento.
Fonte: Assessoria de Comunicação do SENAR
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