Seguro Rural

Expectativa de crescimento do setor de seguro rural é de 23% neste ano

Especialista em seguros de agronegócios, Alexandra Rocha Cândido afirma que El Niño castiga lavouras, reduz estimativas de safra, e acarreta em impactos na oferta, renda do produtor e preços ao consumidor; estão liberadas contratações de seguro para soja; na região de Araçatuba, com comercialização exclusiva pela empresa AgroPolo, do Polo Group


Publicado em: 17/04/2024 às 09:30hs

Expectativa de crescimento do setor de seguro rural é de 23% neste ano

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) estima crescimento de 23,1% do setor de seguro rural em 2024, à medida que produtores buscam mais proteção contra os efeitos climáticos. No ano passado, o aumento foi de 4,5% no acumulado do ano até setembro, atingindo arrecadação de R$ 11,1 bilhões, de acordo com a CNseg.

“O seguro agrícola tem desempenhado o seu papel de amparo a este setor, que tanto tem sofrido com os eventos climáticos”, afirma o presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Joaquim Neto.

Em termos de retorno aos produtores na forma de indenizações, no acumulado do ano até setembro, foram pagos R$ 3,5 bilhões, queda de 63,9% ante o mesmo período de 2022, devido à influência de eventos climáticos severos ocorridos no ano retrasado, principalmente no Sul do Brasil.

A engenheira agrônoma, especialista em seguros de agronegócios, Alexandra Rocha Cândido, explica que neste ano a intensidade do fenômeno climático El Niño, que traz chuvas volumosas para o Sul e seca para o Brasil Central, vem castigando lavouras, reduzindo estimativas de safra, o que acarretará em impactos na oferta, renda do produtor e preços ao consumidor.

“Sem seguro, as incertezas só aumentam, avolumando-se para o próximo ciclo. Já com seguro rural, o produtor tem uma série de soluções, como multirrisco, riscos nomeados, paramétrico, e seguro agroclimático, entre outras modalidades. Elas fornecem desde uma rede de segurança abrangente para manter a produção em face de desafios diversos, até parâmetros predefinidos para acionar a indenização, simplificando o processo de avaliação de sinistros”, detalha Alexandra.

Diretora Comercial de Agronegócios da Seguros do Brasil Corretora Agro (que na região de Araçatuba tem parceria exclusiva com a AgroPolo), a profissional destaca ainda que há cobertura contra seca, geada, incêndio, granizo, ventos fortes, inundação, variação de temperatura, raios, chuva excessiva, tromba d’água, granizo, incêndio, variação de temperatura, variação de precipitação, disponibilidade hídrica do solo, variação da radiação solar etc. E isso vale para soja, milho, sorgo, trigo, café, cana-de-açúcar, tomate e outras culturas, incluindo florestas, pecuária e aquicultura.

Alexandra lembra que está liberada a contratação de seguro para soja. No caso da AgroPolo, com condições diferenciadas, produtividade garantida, taxas, flexibilidade no pagamento e subvenção federal. E, em São Paulo, também existe uma subvenção estadual.

Registro nacional

Seca, granizo e geada foram responsáveis por 87% de sinistros no seguro agrícola em pouco mais de 11 anos, segundo levantamento divulgado pela confederação. Esses eventos totalizaram mais de 122.698 ocorrências de um total de 141.354 cadastradas no Registro Nacional de Sinistros (RNS) Rural.

A ferramenta, desenvolvida pela CNseg, analisa série histórica de dados de abril de 2012 a novembro de 2023, considerando os registros de oito seguradoras. Ao longo do período analisado, o sistema identificou 11 diferentes eventos que impactaram diretamente os pagamentos de indenizações na modalidade. Com 72.293 casos, a seca foi a principal causa de sinistros, seguida pelo granizo, com 30.509 ocorrências, e geada, com 19.896.

O Sul registrou a maior incidência de sinistros, contabilizando 27.923 casos, destacando-se, principalmente, pela ocorrência de seca (19.671), geada (3.597) e granizo (2.216). No Centro-Oeste, 94% dos 5.051 registros estão relacionados à seca (3.748), chuva excessiva (643) e geada (379).

Seguro Rural

O seguro rural é um contrato em que o segurado (agricultor) paga um prêmio à seguradora para transferir os riscos associados à produção agrícola. Em troca, a seguradora assume a responsabilidade de indenizar o segurado caso ocorra algum evento coberto pelo seguro, que cause prejuízos à lavoura ou à atividade rural.

“Trata-se de uma ferramenta para mitigar o impacto financeiro causado por eventos climáticos adversos, oferecendo cobertura contra perdas. Essa proteção é essencial para que os agricultores enfrentem imprevistos sem comprometer sua estabilidade financeira, sendo ainda mais vital diante das crescentes ameaças das mudanças climáticas, que colocam em risco as colheitas e a subsistência dos agricultores”, ressalta Alexandra.

A Política de Seguro Rural no Brasil visa proteger os produtores rurais contra perdas causadas por eventos climáticos e outras adversidades. O governo brasileiro, por meio do Programa de Subvenção ao Prêmio Seguro Rural (PSR), oferece incentivos financeiros para reduzir o custo seguro, tornando-o mais acessível aos agricultores. O objetivo é promover a estabilidade econômica no setor agrícola, estimular investimentos e garantir a segurança financeira dos produtores em face de imprevistos.

Fonte: Melhor Notícia Comunicação

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