Publicado em: 09/11/2023 às 16:25hs
Diego Bifoni: Diretor Territorial da seguradora MAPFRE para a região Centro-Oeste
Por: EDUARDO GOMES
O agronegócio da porteira para dentro é uma atividade de alto risco.
O produtor depende do calendário climático, sobre o qual não tem controle.
Em Mato Grosso, onde a agricultura é desenvolvida em duas safras anuais, na mesma área, pelo sistema de rotação de cultura, a regularidade das chuvas e a intensidade da luminosidade são decisivas para a produtividade ou a frustração de safra.
A topografia plana, que permite o uso das máquinas agrícolas, cria corredores de ventos, que de acordo com sua velocidade pode causar danos em edificações, e também facilita a propagação das chamas quando há incêndios nas lavouras de plantio direto.
Além da exposição ao mau humor climático, há risco de roubo e furto de tratores, aviões agrícolas, caminhões e gado bovino na faixa de fronteira com 983 km com a Bolívia nos municípios de Poconé, Cáceres, Porto Esperidião, Vila Bela da Santíssima Trindade e Comodoro.
Para saber sobre o leque de cobertura do seguro rural sobre a ótica regional mato-grossense, que responde pela liderança da produção de soja, algodão e milho e do maior rebanho bovino brasileiro, o Diário ouviu Diego Bifoni, diretor Territorial da seguradora Mapfre para a região Centro-Oeste.
A Mapfre, fundada em Espanha em 1933, presente no Brasil há mais de 30 anos, é uma das líderes mundiais em seguros e com expertise na proteção do campo. Confira a entrevista:
DIÁRIO DE CUIABÁ – O campo já conhece bem o seguro rural?
DIEGO BIFONI – A conscientização sobre o seguro rural no campo brasileiro está em constante crescimento. Embora ainda não englobe todos os agricultores, a adesão a esse tipo de proteção tem se expandido significativamente no Brasil conforme a incidência maior de eventos climáticos adversos, que é o principal problema da agricultura brasileira em todos os estados.
Mas, ele já alcançou o chamado patamar da popularidade?
Ele ainda não é tão popular quanto a gente gostaria, como o mercado segurador e como a Mapfre gostariam que fosse. Mas, ele é um seguro bastante procurado, sobretudo, por produtores que o utilizam como fonte de recurso para o plantio e a manutenção da lavoura.
O mercado segurador além da demanda regular que o busca, fica ainda mais na mira do produtor diante das reações da natureza, como agora…
Os fatos estão aí. Nesse momento os estados do Sul sofrem com enchentes, vendavais e, por mais paradoxo que possa parecer, com estiagem.
Mato Grosso também enfrenta adversidades climáticas...
Mato Grosso tem sido atingido por eventos climáticos severos agravados pelo El Niño. Além disso, algumas regiões mato-grossenses esperam chuvas excessivas na época da colheita.
Necessário, mas não tão popular. Como encontrar o seguro rural da MAPFRE?
O seguro rural da Mapfre pode ser encontrado através de agentes financeiros que têm parceria conosco, incluindo bancos e cooperativas de crédito. Além disso, algumas revendas de sementes e insumos também oferecem o seguro rural da MAPFRE, muitas vezes como parte de acordos de "barter", facilitando o acesso dos agricultores a essa importante proteção.
O seguro rural está bem capilarizado em Mato Grosso?
A gente ainda tem vários produtores que não contratam o seguro para suas lavouras, até porque são grandes áreas. Mato Grosso é composto por grandes áreas, que de fato sofrem menos com a perda de produtividade. Porém, é trabalho nosso, da seguradora, dos corretores e do mercado em si, estar mais próximo desses produtores, pois muitas vezes eles têm grandes prejuízos econômicos diante de adversidades climáticas por falta ou excesso de chuvas, incêndios ou vendavais. Observem que Mato Grosso cultiva duas safras na mesma área durante o ano. Qualquer intempérie ou na primeira safra, a de verão, ou na safrinha, bota tudo a perder. Também, por isso, é importante a cobertura do seguro, pois ele blinda o produtor dos prejuízos com a adversidade climática e nas catástrofes iguais às enchentes.
Está claro que a cobertura é total em caso de evento que danifique a lavouras, mas quando há quebra de produtividade por problemas climáticos?
Ele garante a lavoura por seu um seguro multirriscos. Ele cobre a queda de produtividade por fatores climáticos na lavoura tanto na safra de verão quanto na safrinha, quer seja pelo excesso ou falta de chuvas, como ora se vê pela ação do El Niño.
Como se apura a produtividade para determinar seu percentual de quebra?
A Mapfre trabalha com a média de produção. Digamos que em determinado período o produtor colheu 80 sacas/ha. Se na safra com cobertura do seguro, a produtividade foi de 40 sacas/ha, a frustração é de 50%. Tudo bem simples e transparente, pois trabalhamos com números e não com conjecturas.
Essa regra básica consta na apólice do seguro?
Claro. Essa referência de produtividade é combinada entre as partes e o seguro faz essa cobertura. O produtor receberá pelos investimentos feitos no cultivo. Esse é o princípio do seguro.
O produtor pode incluir no Plano Safra o desembolso com o seguro rural?
Pode, sim. Dependendo do agente financeiro ele pode fazê-lo. Na planilha do financiamento ele coloca o custeio e o custo do seguro. Geralmente, os bancos, as cooperativas de crédito e as trades aceitam essa inclusão. Os agentes se encarregam dessa operação, e aqueles que fazem a barter, também.
Mato Grosso é vítima de incêndios pelo perfil de sua lavoura cultivada em plantio direto, o que deixa a palha ou munha no campo, e esse material facilita a propagação do fogo. Quando isso acontece o seguro rural da Mapfre cobre queima de máquinas, caminhões, equipamentos e instalações?
A MAPFRE cobre, sim, em todas as circunstâncias. Como o próprio nome diz, trata-se de seguro. Contamos com uma carteira de seguros para danos em máquinas, equipamentos agrícolas, veículos, silos, galpões etc.
Mato Grosso tem 983 km de fronteira com a Bolívia, e nessa região o crime transnacional rouba e furta caminhões, máquinas e equipamentos agrícolas. A Mapfre cobre situações assim?
Sim, a Mapfre oferece cobertura para essas situações. A empresa compreende a complexidade e os desafios enfrentados pelos produtores em áreas de fronteira, e desenvolveu políticas de seguro que podem atender às necessidades específicas dessa região.
Mato Grosso é o maior estado agrícola do Brasil e boa parte de suas lavouras passou por sucessão familiar, está na terceira geração, composta por jovens preparados pelas universidades. Esse nicho de mercado se interessa pelo seguro rural?
A universidade invadiu as lavouras com os netos dos pioneiros. Os avós chegaram, formaram as lavouras, depois vieram seus pais. Essa geração valoriza o seguro, mas nem todos dela o conhecem e é nossa missão fazer com que todos os produtores entendam como funciona o seguro, suas coberturas e o que eles podem ganhar com isso.
Um dos pilares da economia mato-grossense é a pecuária. Na Mapfre há uma linha de seguros para essa atividade?
Sim. Na Mapfre, temos uma linha de seguros abrangente para atender às necessidades da pecuária em Mato Grosso. Nossos produtos de seguro abrangem tanto a pecuária bovina, incluindo bovinos de corte, quanto toda a cadeia da atividade avícola e suína. Essa abordagem ampla de cobertura proporciona tranquilidade aos produtores, garantindo a proteção de seus rebanhos e investimentos em todas as etapas da produção pecuária.
Como contratar? Ao buscar a contratação de um seguro empresarial, é recomendado contar com a expertise de um corretor de seguros. Com esse tipo de assistência, o cliente tem a garantia de encontrar o melhor tipo de seguro para sua situação, considerando fatores como orçamento, perfil de risco e prioridades individuais.
Para realizar a adesão de um dos seguros oferecidos pela Mapfre basta entrar em contato com um corretor de seguros parceiro da companhia.
Fonte: Diário de Cuiabá
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