Seguro Rural

Seguro Rural | Comentários sobre o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR)

Barbara Amans, especialista em Seguros Rural da WIT Insurance, comenta sobre os impactos da falta de subsídios do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) e conselhos para os produtores rurais


Publicado em: 18/07/2022 às 14:54hs

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Barbara Amans: Diretora comercial de Agronegócios da gestora de patrimônio WIT. Formada em Medicina Veterinária pela UNG, com MBA em Agronegócios (Esalq/USP) e Pós-graduação em Gestão de Negócios (IBMEC), somada à atuação de mais de uma década no mercado segurador com foco em Agronegócios, Barbara Amans atuou na estruturação de produtos, construção de condições gerais de apólices de seguros, precificação, subscrição e gestão comercial de corretores de grandes canais
Por: Mariana Cruz

O Ministério da Agricultura estima que os recursos para o seguro rural vão terminar até a primeira semana de agosto, o que pode comprometer a contratação de apólices para coberturas por riscos climáticos para a próxima safra de verão de soja e milho.

Segundo a pasta, aproximadamente 80% dos R$ 990 milhões previstos para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) no orçamento deste ano já estão comprometidos. O Ministério da Agricultura espera uma suplementação de R$ 710 milhões em reunião marcada para a próxima semana.

Respostas da Barbara Amans:

Diante do cenário atual, quais os impactos para os produtores rurais?

O principal impacto para os produtores rurais, caso haja o esgotamento do recurso do subsídio do governo federal, em agosto, é financeiro. E para explicar este impacto, temos dois grandes pilares. O primeiro é com relação à organização da liberação desse recurso, porque hoje o valor a ser destinado às contratações de seguro rural é definido no começo do ano. O sistema do Ministério da Agricultura é aberto e as seguradoras vão consultando e consumindo-os dia após dia.

Neste ano, os grãos de inverno tiveram uma participação de cerca de 60% da totalidade de contratação com subsídio. E aí quando chega na época de contratação para os grãos de verão, soja e milho, quando os produtores rurais estão começando a realizar as compras os insumos, estão indo fazer as operações de Barter (o pagamento pelo insumo através da entrega do grão na pós-colheita, sem a intermediação monetária), já não há mais subsídio disponível; então, é necessária uma revisitação nesta forma de liberação, já que o produtor hoje pode ser beneficiado com 20% do subsídio para soja e 40% para o milho. E aí o outro grande ponto é com relação ao valor liberado. Neste ano tivemos a liberação de 990 milhões e já no lançamento sabíamos que este valor não seria o suficiente. No ano passado, em 2021, tivemos 1,1 bilhões, conseguimos contemplar e subsidiar em torno de 122 mil produtores rurais.

Entretanto, neste ano nós já começamos com um valor menor, e também cientes do aumento no custo de produção, na inflação e nos insumos. Há um pedido, há um movimento muito forte para uma realocação de valores por parte do Ministério da Agricultura, que vem solicitando pelo menos mais R$ 710 milhões. Só que este valor adicional precisa chegar agora para que realmente os produtores da safra de verão sejam atendidos.

Com esta falta de subsídios, o que você orienta que seja feito por parte dos produtores rurais?

A nossa orientação para os clientes na WIT é que haja planejamento financeiro e organização. Quanto mais bem orientado, organizado e planejado esse produtor estiver, menos ele sentirá o impacto dessas oscilações e essas mudanças do mercado. Há uma expectativa que seja uma safra recorde, mas isso não quer dizer que essa safra será recorde em ganhos para o produtor rural. Temos mais uma vez um custo de produção elevado este ano, uma inflação nos fertilizantes por conta da oferta e demanda, aumento do dólar e existe a possibilidade de não haver subsídio; por consequência, o prêmio do seguro também ficará maior para o produtor rural.

Com relação à organização, se o produtor rural se planeja e já inclui o seguro rural como insumo e não como custo adicional, ele garante a proteção da sua produção. Há a necessidade de planejamento financeiro, seja na tomada de crédito, seja na trava (garantia oferecida) de mercado ou na contratação do seguro.

Quais cuidados deve-se ter na contratação do seguro rural?

Primeiro, é buscar uma consultoria de seguros especializada no agronegócio. E isso faz toda a diferença, porque nós estamos trabalhando ativamente com o mercado, estamos por dentro de todas as movimentações da política agrícola e sabemos todas as perspectivas futuras também. Temos algumas emendas que serão muito positivas para o próximo ano com relação ao contingenciamento dos recursos, e esses movimentos do Ministério são essenciais para que o produtor se mantenha no campo, já que a previsão é de mais uma safra com incidência de La Nina.

Contratar um profissional especializado no agronegócio faz toda a diferença na construção da solução de seguro. É importante entender se aquele produto é aderente ao produtor rural, na relação de custo de seguro e relação de sucesso na aquisição do subsídio. Estes fatores trazem uma segurança muito grande para os clientes que contratam serviços como o da WIT.

Fonte: Agência ERA de Comunicação e Conteúdo

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