Publicado em: 07/08/2013 às 18:20hs
O Brasil tem, hoje, trinta mil quilômetros de ferrovias, vinte mil a menos do que o necessário para dar resposta à demanda por transporte de cargas sobre trilhos, segundo estimativas da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF). O Programa de Investimentos em Logística do governo federal prevê a expansão da malha em aproximadamente dez mil quilômetros. As ações ainda estão em fase de consulta pública, estudos e captação de investidores. Mas alguns passos já devem ser dados para aumentar a eficiência e a segurança operacional: investimentos em pesquisa e inovação.
Nesta quarta e quinta-feira, 7 e 8, ocorre na Universidade Federal do Espírito Santo, em Vitória, o IV Encontro de Ferrovias. Nesta edição, profissionais e pesquisadores apresentarão 87 estudos feitos e experiências já adotadas pelas concessionárias em áreas como sustentabilidade, eletroeletrônica, sinalização e comunicação, tecnologia operacional e eficiência energética.
“O encontro busca ideias e criatividade para o transporte de carga por ferrovias”, explica o diretor-executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça. “Esta é uma forma de desenvolver projetos que resultem em ganhos de produtividade, redução de custos e de impacto ambiental”, completa. Em eventos anteriores surgiram projetos difundidos para outros países, como é o caso da locomotiva híbrida, que reduz as emissões de gás carbônico por ser movida também a biodiesel.
Setor carece de profissionais especializados
Uma das novidades do IV Encontro de Ferrovias é o debate sobre a capacitação de quem trabalha na área. Isso porque um dos desafios que o setor enfrenta para crescer é a pouca mão de obra qualificada, em especial de engenheiros ferroviários, carência que decorre da falta de programas de especialização no Brasil.
O problema vem sido enfrentado pelas empresas com programas próprios de capacitação. “Mas a qualificação também precisa acontecer fora, em centros de formação técnica e nas universidades. É neste sentido que queremos avançar”, afirma o diretor-executivo da ANTF. No evento, o tema será debatido sob a perspectiva de ações da iniciativa privada e também de instituições de ensino superior.
Entre 1997, quando a malha foi desestatizada, e 2012 houve um crescimento de 171% nos empregos diretos e indiretos gerados pelo setor, que hoje emprega mais de cinquenta mil pessoas. A estimativa é que outras sete mil vagas serão criadas até o final do ano que vem.
Fonte: CNT
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