Representantes de entidades ligadas ao setor cacaueiro do Espírito Santo estiveram reunidos, na última quinta-feira (10), na sede da gerência da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), em Linhares, para discutir a proposta do programa de recuperação da lavoura cacaueira capixaba para os próximos dois anos.

Com a queda na produção da fruta nos últimos anos, devido ao ataque da doença vassoura-de-bruxa, lideranças querem ações imediatas para amenizar o cenário delicado do setor produtivo. “É hora de agir. Temos que construir um novo momento da atividade na região e de forma unificada. Precisamos que todos os interessados participem para revertemos a situação”, diz Maurício Buffon, presidente da Associação dos Cacauicultores de Linhares (Acal)

O gerente regional da Ceplac, Paulo Siqueira, alertou sobre a necessidade dos órgãos competentes contribuírem no programa. “Temos um problema sério na Bacia do Rio Doce com doença que afeta nossos cacauais. Tem que ter um esforço conjunto para não perdermos o cacau e a Mata Atlântica”, afirmou.

Entre as ações que constam na proposta, que será apresentada até o fim do mês ao secretário estadual de agricultura, Enio Bergoli, está a viabilidade de acesso a novas linhas de crédito para o produtor de cacau, implantação de viveiro de mudas de cacau, campanha de conscientização sobre o combate a vassoura-de-bruxa. “O programa está dentro do propósito do governo estadual”, avaliou o gerente de fruticultura da Secretaria de Estado da Agricultura, Dalmo Nogueira da Costa.

O produtor de cacau e representante da Federação da Agricultura e Pecuária do ES, João Calmon Soeiro, pediu urgência nas ações. “O produtor está clamando por soluções. Precisamos de incentivo governamental e temos necessidade de ser rápido”, destacou. Presente na reunião, o secretário de meio ambiente de Linhares, Lucas Scaramussa, manifestou apoio as demandas locais dos produtores. “Existem alguns pontos nessa proposta que podemos avançar. O pagamento por serviços ambientais, por exemplo, precisa avançar no Espírito Santo e no Brasil e porque não começar por aqui, na área do cacau”, pontuou.

Também participaram da reunião representantes do Incaper, Idaf, Banco do Nordeste e Secretaria de Agricultura de Linhares.