O secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, reuniu-se nesta quinta-feira (21), em Brasília, com o secretário Nacional de Irrigação do Ministério da Integração (Senir), Ramon Flávio Rodrigues, para discutir soluções para os problemas de irrigação na Bahia. Acompanhado pelo coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS) na Bahia, Josafá Marinho Aguiar, e pelo superintendente de Irrigação (SIR) da Seagri, Marcelo Nunes, o secretário entregou dois projetos executivos com orçamentos atualizados, solicitando a liberação de recursos para a pressurização do Bloco I e prolongamento da Adutora do Bloco III para a Barragem do Riacho do Paulo, no Perímetro Irrigado do Brumado, em Livramento de Nossa Senhora, e a construção da Barragem Casa Branca, no município de Mucugê, na Chapada Diamantina. Os projetos executivos foram elaborados e atualizados pelo DNOCS e pela Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia (Cerb).

Os projetos demandam recursos da ordem de R$ 30 milhões, que na visão do secretário Eduardo Salles não são exorbitantes para o benefício que trarão para toda a população de uma das regiões mais importantes da agropecuária baiana.

A audiência em Brasília aconteceu dois meses depois do secretário ter se reunido, em Livramento, com gestores do distrito de irrigação, membros do comitê de águas, presidentes de associação de produtores e lideranças dos municípios de Livramento de Nossa Senhora, Dom Basílio, e centenas de agricultores, discutindo soluções emergenciais e sustentáveis para convivência com a pior seca dos últimos 30 anos.

Salles explicou que o Projeto de Irrigação do Brumado tem grande relevância para uma das regiões mais importantes da agropecuária baiana, destacando que as necessidades imediatas são a pressurização do Bloco I e prolongamento da Adutora do Bloco III da Barragem do Riacho do Paulo, permitindo assim a sustentabilidade de água para a área irrigada já existente naquela região, com cerca de 12 mil hectares cultivados com frutas, (principalmente manga e maracujá).

Esta atividade gera milhares de empregos e renda, influindo de forma determinante na economia de dezenas de municípios. “Neste momento de estiagem prolongada e escassez hídrica, o projeto encontra-se com água racionada, situação que acarreta enormes prejuízos aos produtores e a toda região”, informou o secretário.

A água da barragem que abastece o projeto de Brumado também é utilizada para o consumo humano, atendendo à população dos municípios da região. A falta de pressurização do Bloco I faz com que o gasto de água nessa área seja equivalente à grande parte de toda a água consumida no restante do projeto, que utiliza a irrigação localizada. Desta forma, o projeto proposto pode economizar água e dar sustentabilidade para que nunca mais os produtores tenham que passar por momentos difíceis como estão passando agora.

De acordo com o secretário, o prolongamento da Adutora do Bloco III para a Barragem do Riacho do Paulo permitirá que, nas épocas de chuva, o excedente de água possa ser direcionado para a barragem, por gravidade, permitindo o armazenamento para posterior utilização dos fruticultores de Dom Basílio.

Durante o encontro com os agricultores, em abril último, entre as ações de curto prazo definidas, a Seagri discutiu com os produtores a aquisição de 400 válvulas de controle de pressão e vazão de água em 3,6 mil hectares, otimizando o consumo de 572 irrigantes. Destas, 100 já foram adquiridas e as 300 restantes poderão ser inseridas no projeto apresentado. O secretário Nacional de Irrigação, Ramon Flávio Rodrigues, disse que estudaria essa possibilidade.

Barragem Casa Branca 

A construção de uma nova barragem na Chapada Diamantina, em Mucugê, vai consolidar o pólo de hortifruticultura da região, que já é responsável pela produção de 95% de toda a batata consumida no nordeste brasileiro, além de volumes significativos de: tomate, cenoura, repolho, pimentões, morango, café, gerando aproximadamente cinco mil empregos diretos.

Foi o que o secretário Eduardo Salles, o coordenador do DNOCS na Bahia, Josafá Marinho Aguiar, e o superintendente da SIR, Marcelo Nunes, explicaram ao secretário Nacional de Irrigação, Ramon Flávio Rodrigues, ao solicitarem a construção da Barragem Casa Branca, destacando que a liberação de recursos para esta obra é fundamental para o desenvolvimento de uma das regiões do semiárido baiano, que apresenta índices elevados de extrema pobreza, englobando dezenas de municípios da Chapada Diamantina.