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Seca faz ONU pedir aos EUA que suspenda sua política de etanol

Brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO (braço de alimentos e agricultura da ONU), foi o responsável pelo pedido aos EUA


Publicado em: 10/08/2012 às 16:10hs

Seca faz ONU pedir aos EUA que suspenda sua política de etanol

Se os EUA suspenderem a produção do etanol, a medida poderá aumentar a procura por petróleo e seus preços, o que estimularia a exportação do álcool brasileiro.

A ONU (Organização das Nações Unidas) pediu que o governo dos Estados Unidos suspenda imediatamente sua política de produção de etanol. Atualmente, 40% da produção de milho é usada para fazer álcool.

O pedido tem como gatilho a pior seca do país em mais de 50 anos, que provocou perdas nas lavouras e disparada no preço do alimento. Além de pressionado pela ONU, o presidente dos EUA, Barack Obama, é questionado internamente por sua política de estímulo ao etanol.

Com a grave seca e a menor oferta do cereal no mercado, os preços futuros do milho na Bolsa de Chicago atingiram ontem o valor mais alto de todos os tempos.

O Brasil tem se beneficiado da crise. As exportações brasileiras de milho avançaram 528% no mês passado em relação a julho de 2011.

Foi embarcado 1,7 milhão de toneladas em julho deste ano, ante 271 mil toneladas no ano passado, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

A indústria de carne e animais, que utiliza a commodity para alimentar sua produção, demonstra preocupação com o aumento dos preços. Um grupo de 20 países, incluindo França, Índia e China, manifestou preocupação com a política do etanol.

O pedido

O brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO (braço de alimentos e agricultura da ONU), foi o responsável pelo pedido aos EUA.

"A suspensão [do etanol] daria algum alívio ao mercado e permitiria que a cultura fosse canalizada para a alimentação", escreveu Graziano em um artigo publicado no jornal "Financial Times".

Se os EUA suspenderem a produção do etanol, a medida poderá aumentar a procura por petróleo e seus preços, o que estimularia a exportação do álcool brasileiro.

Se confirmada, a maior procura poderia afetar o preço do combustível no mercado interno no momento em que o governo estuda aumentar a porcentagem do combustível na gasolina para beneficiar a Petrobras.

Fonte: Folha de S. Paulo

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