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Rio+20: agronegócio fortalecido

Ficou claro na Rio+20 a importância do setor produtivo. A participação contundente do Agro Brasileiro foi um grande avanço


Publicado em: 26/06/2012 às 11:40hs

Rio+20: agronegócio fortalecido

“O mundo passa a admitir” a relevância do setor produtivo nessa discussão sobre sustentabilidade, algo que antes era impensável, principalmente porque esse tema, sustentabilidade, era uma bandeira das ONG´s. Mas, hoje, passa a ser bandeira do setor produtivo que, mais que qualquer outro setor, sabe da importância de buscar essas práticas.

O documento final da Rio+20, como em edições anteriores traz muita teoria e pouca prática, mas também temos que levar em conta que a Conferência é para isso mesmo: juntar ideias, propostas a longo prazo – o que tem deixado mais a desejar é no que se refere à necessidade de assumir responsabilidades e tocar adiante. Poucos assumem compromisso, e os países que mais poluem como os EUA e China fogem de assumir responsabilidades.

Sobre a participação agro na Conferência, entre todos os debates dos quais pude participar, a tônica principal foi de fato a agenda do desenvolvimento sustentável. Ficou claro que todos os entes da produção sabem o que é preciso fazer, porém, é preciso partir para a prática, onde cada um assume seu compromisso e não ficar no discurso radical como o Greenpeace com o “desmatamento zero”, como se isso fosse solução, afinal quem prega “desmatamento zero” não quer encarar os desafios que temos pela frente.

Na questão ambiental o desafio irá aumentar a cada dia no que se refere à produção sustentável, afinal hoje são mais de um bilhão de pessoas que passam fome, como solucionar isto? Devemos produzir comida barata ou diminuir a desigualdade social? Afinal o mundo rico está gordo, mas parece não querer emagrecer dividindo riqueza com quem precisa, afinal o que fazer, pois sustentabilidade custa dinheiro.

A parte que nos toca, enquanto produtores, foi realmente a necessidade de redução de impactos dos sistemas produtivos agrícolas, é importante fazer um alerta aos produtores: Quem não se inserir nessa discussão pode pagar um alto preço lá na frente, pois é uma realidade.

Precisamos buscar ser parceiro da sociedade urbana, buscando a conscientização e mostrar que as cidades precisam fazer a sua parte e também contribuir para que possamos fazer a nossa, pois produzimos para quem?

O André Nassar, da Ícone, disse algo muito importante: “Mais do que ajudar a alimentar o mundo de 2050, no que certamente caberá ao agro brasileiro um papel central, o Brasil é um dos poucos países de clima tropical que reúnem as condições necessárias para construir o caminho da agricultura de baixo impacto. Esse é o diálogo que precisa ser estabelecido dentro do agro”.

Como muito bem colocado na Rio+20 pela senadora Katia Abreu, o debate com setor produtivo não é racional e sim emocional, e portanto precisa ser debatido com muita emoção, só assim a sociedade entenderá, já que os produtores ficaram concentrados nas fazendas a produzir e fazer o Brasil crescer, enquanto isso algumas ONGs  se dedicaram a denegrir nossa imagem, mas agora estaremos concentrados a mudar esta imagem.

GLAUBER SILVEIRA é produtor rural, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) E-mail: glauber@aprosoja.com.br Twitter: @GlauberAprosoja

Fonte: Assessoria de Comunicação Aprosoja Brasil

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