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Resultados do Projeto Oeste da Bahia abrem campo para implementação do Corredor Central do Cerrado

IICA e o Ministério da Integração Nacional e parceiros debatem a proposta de mapeamento de toda a região do Oeste da Bahia para formação do Corredor Central do Cerrado que conecta a maioria das 20 unidades de conservação existentes no local, implementando ações de proteção das nascentes


Publicado em: 25/10/2012 às 20:40hs

Resultados do Projeto Oeste da Bahia abrem campo para implementação do Corredor Central do Cerrado

Parceiros do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e do Ministério da Integração Nacional (MI) estiveram reunidos, na última sexta-feira (19), no auditório da  Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paranaíba (CODEVASF), em Brasília, para conhecer os resultados do projeto Projeto Geoprocessamento e Cadastramento de Propriedades Rurais do Oeste da Bahia.

Marcus Vinícius, consultor técnico do IICA, e Adolfo Dallapria, especialista em Agronegócio da ONG The Nature Conservancy (TNC), apresentaram os resultados do projeto que consistiu no diagnóstico da situação ambiental do solo de aproximadamente 6,4 milhões de hectares, no municípios de Riachão das Neves, Barreiras, Luiz Eduardo Magalhães, São Desidério, Correntina, Jaborandi e Cocos, estado da Bahia. O diagnóstico configurou-se em um rico banco de imagens de satélite em alta resolução, de forma a proporcionar uma escala compatível com a execução dos trabalhos de recuperação ambiental em três bacias hidrográficas Rio Grande, Rio Corrente e margem esquerda do Rio Carinhanha, em sua fase I.

A fase II do projeto teve início em março de 2010, contemplando três outros municípios da região Oeste da Bahia, Formosa do Rio Preto, Santa Rita de Cássia e Baianópolis totalizando 2,6 milhões de hectares. Nessa fase, foram realizadas mais de 3 mil coletas e análises de solos, desses municípios, além do cadastramento das propriedades rurais de parte deles.

Além da TNC, o Laboratório de Sistemas de Informações Espaciais (LSIE/UnB), a CODEVASF, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA), a Secretaria de Meio Ambiente do Governo do Estado da Bahia (SEMA/BA), a Universidade Federal da Bahia (UFBA), e as prefeituras dos municípios beneficiados pelo projeto são os parceiros no projeto.

“Os estudos desenvolvidos no âmbito dessa iniciativa proporcionaram um profundo diagnóstico de uma das regiões brasileiras que mais se desenvolveram, do ponto de vista agrícola, impulsionada pela monocultura, principalmente da soja. Os estudos proporcionam aos gestores públicos condições de avaliar o impacto da atividade agrícola no meio ambiente e nos recursos naturais, sobretudo uso e ocupação atual do solo”, afirmou Marcus.

O projeto foi executado pelo IICA, por meio do Projeto de Cooperação Técnica com o MI, intitulado: “Desenvolvimento de Ações de Combate à Desertificação e de Estímulo à Conservação Preservação e Preservação e Recuperação dos Recursos Naturais na Região Semiárida do Brasil”, junto a Secretaria de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional - SIH/MI

Corredor Central do Cerrado - Na ocasião do encontro, o Henrique Lima, gerente de Conservação da TNC, apresentou a proposta de execução do projeto Corredor Central do Cerrado, que compreende toda a região do Oeste da Bahia, dentro da bacia do rio São Francisco, onde ocorre a maior expansão agropecuária do cerrado. Essa área possui nascentes das três grandes bacias hidrográficas do país (Bacia Hidrográfica do São Francisco, do Paranaíba e Araguaia/Tocantins).

A proposta de mapeamento da área para formação do Corredor Central do Cerrado, irá propiciar a conexão entre a maioria das 20 unidades de conservação existentes no local, implementando ações de proteção das nascentes. Os objetivos específicos do projeto são: i) identificar áreas potenciais para o estabelecimento de um mosaico de unidades de conservação na área de abrangência; ii) identificar o aparato político-institucional e legal para a ratificação das ações propostas no programa; iii) delinear programas de educação ambiental com vistas à integração da sociedade civil; iv) mapear a área de abrangência do projeto; v) georreferenciamento das propriedades; vi) planejamento da paisagem; e vii) orientar a regularização ambiental das propriedades com destaque ao Cadastro Ambiental Rural (CAR).

“Como o projeto Oeste da Bahia já mapeou 9 milhões de hectares, cerca de 40% da área proposta para implementação do Corredor Central do Cerrado, será possível colocar em prática esta iniciativa, com redução de custos e otimização do trabalho, aliando as expertises das instituições parceiras do Projeto Oeste da Bahia”, ressaltou Gertjan Beekman, supervisor do projeto Oeste da Bahia e coordenador da Área de Gestão Sustentável dos Recursos Naturais e Adaptação às Mudanças Climáticas do  IICA.

Para a assessora especial da presidência da CODEVASF e idealizadora do Projeto Oeste da Bahia, Karla Arns, “será possível envolver mais instituições parceiras estratégicas nesta grande iniciativa, como a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), Eletrobrás, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA), que já manifestaram interesse sobre o tema”.

Fonte: IICA - Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

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