Outros

Resistência levada ao limite na Marcha em Santo Antonio da Patrulha

A força, a coragem, o condicionamento e a capacidade de recuperação do cavalo Crioulo foram levados ao extremo no seu mais tradicional e severo teste de resistência


Publicado em: 23/07/2012 às 07:55hs

Resistência levada ao limite na Marcha em Santo Antonio da Patrulha

Na 11ª edição da Marcha de Integração da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), realizada entre os dias 8 e 22 de julho, o vigor e obstinação dos competidores destacou, mais uma vez, a solidez da mais rústica e primitiva característica preservada nesta raça.

Em roteiro montado na Cabanha Manto Azul, sediada em Santo Antônio da Patrulha/RS, foram percorridos os 750 quilômetros do evento anual da entidade. Após os 30 dias de concentração, na qual todos os animais foram mantidos sob as mesmas condições a fim de equipará-los fisicamente, 33 conjuntos partiram para o cumprimento da fase regulada. Na ultima etapa, livre e com percurso de 40 quilômetros, 24 deles completaram a prova.

A última etapa foi de alta competitividade e emoção. Mesmo extenuados pelo rigor dos 710 quilômetros percorridos nas fases iniciais, os conjuntos partiram com fôlego para a decisão. Antes da largada o presidente da ABCCC, Manuel Luis Sarmento, e o coordenador da modalidade, Paulo Móglia, desejaram sorte aos competidores. A largada ocorreu pontualmente às 8h.

Consolidados e experientes tanto na organização quanto na execução de Marchas de Resistência, os vizinhos uruguaios acabaram ficando com o primeiro lugar da prova. O conjunto formado pela égua Santa Gloria Macabra e o ginete Rômulo Gamarra, da Cabanha Santa Gloria, de Melo no Uruguai, conseguiu o melhor tempo no somatório das etapas (67’05”40) e ficou com o primeiro lugar geral e na categoria Fêmeas maiores de sete anos.

Emocionado, Gamarra creditou a vitoria ao trabalho e a dedicação. “Trabalhamos o ano inteiro para conseguir esse resultado. Chegar ao final com a égua em muito bom estado é a maior satisfação para o criador. Sempre digo que não existe um bom ginete se não tem um bom cavalo embaixo”, disse o ginete de 57 anos.

A segunda posição, na categoria e na classificação geral, ficou com Galga do Rincão da Querência, exposta por Luis Umberto Silva Rodrigues e montada pelo seu filho Luis Bernard Nunes Rodrigues, com o tempo 67’09”50. Em terceiro lugar geral, e primeira na categoria de Fêmea menor de sete anos, ficou a égua Gralha da Diamantina, exposta por Sérgio Ulisses Nogueira de Oliveira e montada por Felipe Silveira, com o tempo de 67’14”44.

O quarto lugar foi do melhor macho castrado da Marcha, Raçudo do Rincão dos Xucros, exposto pelo Condomínio Irmãos Zambrano, com o tempo de 67’15”11. O melhor cavalo inteiro foi Cobalto do Ibirapuitã, exposto por Miguel Schmidt Neto, com o tempo 68’42”14.

Também foram premiados com o titulo de Melhores Aprumos a égua Perola do Sá Brito, Ocasião do Sá Brito recebeu o premio de Melhor Lombo e Gaivota 3312 da Tradição o Selo de Raça. Santa Gloria Macabra foi considerada pelo vice-presidente de Eventos da ABCCC, Mario Moglia Sune e o vice de Núcleos, Mauro Ferreira, como o Melhor Animal em Condições de Seguir Marchando.

Para o presidente da ABCCC, o fato de a Marcha de Resistência ter sido executada neste ano em uma localidade distante dos municípios da fronteira, onde a modalidade e mais tradicional, foi importante para o fomento e prospecto de novos interessados. “A Marcha deste ano cumpriu o seu objetivo de mostrar a sua importância a outros criadores. Só temos a agradecer à família Maciel e à Cabanha Manto Azul que nos abriu as portas e parabenizar a todos os criadores e ginetes que vieram abrilhantar a prova, assim como os uruguaios, com os quais nós temos muito a aprender”, disse Sarmento.

Fonte: ABCCC - Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos

◄ Leia outras notícias