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Área segurada precisa ser avaliada antes da colheita

Depois das perdas causadas pela falta de chuva nas lavouras de milho e soja, os produtores que haviam feito a contratação do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) ou de um seguro privado estão acionando essa garantia


Publicado em: 26/01/2012 às 11:20hs

Área segurada precisa ser avaliada antes da colheita

O problema é que o grande volume tem feito com que a vistoria de peritos - imprescindível para a liberação da área - seja um pouco demorada. O alerta das cooperativas aos produtores é que evitem a colheita ou destruição da área atingida, sob o risco de perder o direito ao ressarcimento.

Produtividade varia - Na região de Campo Mourão, o fenômeno das chuvas localizadas, chamadas de ‘chuvas de manga', ocasionaram um cenário muito variado em termos de produtividade. Enquanto um produtor do município de Farol espera colher 750 quilos de soja por hectare, em Peabiru, outro produtor tem a expectativa de colher mais de três toneladas por hectare. A grande diferença em pouco mais de 40 quilômetros é causada pela distribuição de chuvas. "Temos regiões com perdas grandes e significativas e outras que apresentam um desenvolvimento bom da cultura, seja ela soja ou milho", explica o supervisor da área técnica da Coamo, Marcelo Sumiya.

Precaução - O engenheiro agrônomo explicou que nesse momento a preocupação é que se evitem problemas no acionamento do seguro. Segundo ele, existem erros que podem comprometer o direito adquirido no momento do custeio. O Proagro garante a exoneração de obrigações financeiras relativas a operação de crédito rural de custeio, cuja liquidação seja dificultada pela ocorrência de fenômenos naturais, pragas e doenças que atinjam rebanhos e plantações. O seguro funciona da mesma forma e a diferença na opção, segundo o agrônomo, é a viabilidade da cobertura que se tinha no momento da contratação da safra 2011/2012.

Funcionamento - Sumiya explicou que no acionamento sempre é levado em consideração o nível de produtividade do início da safra e a partir desse momento serão consideradas as perdas que obteve em função da estiagem ou de outros fatores como granizo que caiu em algumas áreas e as trombas d'água. "Feito isso, será verificado se esse sinistro compromete a viabilidade daquele projeto que ele contratou", relata ao explicar que nesse momento, o agricultor deve procurar o engenheiro agrônomo que o orienta. "Ele vai verificar se a redução na produtividade compromete o empreendimento e a capacidade de quitação dos débitos com os bancos."

Análise - Essa parte, chamada análise de viabilidade econômica do custeio, junto com as notas fiscais é que vão garantir a liberação do Proagro. "As notas fiscais, além do laudo agronômico, comprovam o uso de tecnologias como a utilização de adubo, semente fiscalizada, inseticidas, fungicidas e do adubo folear." Outro alerta dado pelo agrônomo é para regiões com um ciclo da cultura mais longo. Nestes casos, é importante que os fiscais verifiquem se a propriedade está correta e se está cadastrado no município certo.

 Proibição da colheita  - A partir do momento em que se faz o comunicado do sinistro, seja no proagro ou no seguro, essa área fica exclusivamente de responsabilidade e condução de acordo com as orientações técnicas. "Então ela não pode ser colhida. Em algumas regiões já está iniciando a fase de colheita, mas para o proagro/seguro, só a partir da liberação do perito." Essa vistoria é para apurar as perdas finais, ou seja, quanto será efetivamente a estimativa final de colheita. "O problema é que se você colher parte da área, isso pode ser considerado como perdas não amparadas. Nestes casos, é considerada a produtividade inicial, a que estava no projeto e isso pode comprometer toda a viabilidade na análise de um proagro ou seguro", coloca Sumiya.

 Calma  - O engenheiro agrônomo ainda acrescentou que é preciso que os agricultores tenham um pouco de paciência. "Temos vários casos de acionamento. O perito e o banco tem um prazo para fazer a vistoria, mas pelo volume de proagro e seguro acionado, as empresas e os bancos não vão ter agrônomos disponíveis para fazer toda a vistoria. Então é preciso bom senso agora, planejar de forma antecipada os acionamentos para que isso não comprometa o processo. E lembrar que em caso nenhum é permitida a colheita sem a vistoria do perito", reforça. Mesmo em áreas onde a perda atingiu 100% é preciso que haja a liberação do perito antes que se faça a destruição da área para o plantio de uma nova cultura.

Fonte: Tribuna do Interior

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