O Secretário de Estado de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do Rio Grande do Sul, Ivar Pavan, e o Representante do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura no Brasil, Manuel Otero, assinaram na manhã de ontem termo de cooperação técnica, que assegura a realização de ações conjuntas nas áreas da agroecologia e do cooperativismo.

As ações objeto do termo de cooperação estão voltadas às áreas de capacitação de técnicos, gestores e atores sociais e estudos técnicos para auxiliar a proposição e a execução de políticas públicas.

Na prática, a parceria se traduzirá no beneficiamento de agricultores e pecuaristas familiares, mulheres trabalhadoras rurais, juventude rural, comunidade quilombolas, Centrais de abastecimento do estado, EMATER, entre outros direta e indiretamente.

Para o secretário estadual, os avanços são frutos do planejamento e da definição de objetivos claros para a gestão. “O apoio do IICA será importantíssimo para avançar com a estratégia da Secretaria, ampliar o leque de atuação e dinamizar os trabalhos da pasta”, apontou Pavan.

Manuel Otero, destacou os esforços do IICA em manter fortalecida a parceria com o estado do Rio Grande do Sul, que iniciou em 1997, com trabalhos desenvolvidos com a EMATER do estado. “O Instituto tem larga experiência no apoio à economia rural familiar e cooperativismo e vem envidado esforços para que este tipo de agricultura ganhe força em todo o país”, disse Otero.

Temas como a agroecologia; integração da agricultura camponesa e familiar a um novo tipo de desenvolvimento, o sustentável; gestão de empreendimentos cooperativos e agroindustriais; gestão dos recursos hídricos; boas práticas de produção agrícola e sanitária animal e vegetal, dentre outros, estão previstas como objetivos específicos do novo termo de cooperação.

O Rural gaúcho - O meio rural do Estado do Rio Grande do Sul (RS) caracteriza-se por uma grande diversidade étnica na sua formação cultural, construída em diferentes épocas de ocupação do território gaúcho. Essa mesma diversidade se expressa nos diferentes perfis de produtores rurais que engloba empresários, agricultores sem terras, pescadores artesanais, aquicultores, comunidades quilombolas, povos indígenas e agricultores familiares que são a maioria.

A estrutura produtiva da agropecuária gaúcha é fortemente influenciada pela sua estrutura fundiária e pelo modelo de colonização implementado ao longo de sua história. Segundo o último Censo Agropecuário (2006), o RS possui 442 mil estabelecimentos rurais, dos quais 379 mil, ou seja, 86% são de agricultores familiares que detém apenas 31% das terras. Situação oposta se observa nos demais 63 mil estabelecimentos não familiares (14%) que detém 69% das terras.