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Presidente da CNA fala no abandono do ensino rural e diz que nenhuma escola vai mais fechar com o PRONACAMPO

Para melhorar a qualidade do ensino no campo, a senadora citou algumas iniciativas desenvolvidas pela CNA e pelo SENA durante o lançamento do Programa Nacional de Educação no Campo


Publicado em: 21/03/2012 às 10:10hs

Presidente da CNA fala no abandono do ensino rural e diz que nenhuma escola vai mais fechar com o PRONACAMPO

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, lamentou a situação do ensino no meio rural brasileiro, que “há décadas vive em situação de abandono”, durante o lançamento do Programa Nacional de Educação no Campo (Pronacampo), em cerimônia no Palácio do Planalto, pela presidente da República, Dilma Rousseff. Ela elogiou o novo programa do Governo e afirmou que, “com todo esse investimento, nenhuma escola do campo vai mais fechar nesse país”. Para a presidente da CNA, “a educação no campo é da maior importância para fazer com que o agronegócio seja cada vez mais pujante”.

Segundo a senadora, “infelizmente, ainda temos um Brasil que o Brasil desconhece. Um país que tem exportado e garantido o superávit comercial brasileiro há 15 anos, que emprega 36% da mão-de-obra, mas que precisa também da educação para tornar o agronegócio ainda mais pujante”, afirmou a senadora. Segundo a presidente da CNA, a educação é fundamental para garantir renda aos produtores rurais. Ela informou que, hoje, há 3,5 milhões de produtores rurais nas classes D e E, e que a ascensão social destas pessoas depende de investimentos em educação.

“Não queremos um País de pobres e miseráveis. Queremos que os produtores, independente do tamanho da propriedade, tenham terras produtivas para garantir lucro e dignidade para manter suas famílias”, destacou. A senadora falou, também, sobre estudo encomendado pela CNA, que traçou uma radiografia do ensino no meio rural no País, revelando a precariedade nas escolas no campo, com falta de internet, biblioteca, além de professores com baixa qualificação e a ausência de diretores e orientadores pedagógicos na grande maioria das escolas pesquisadas.

Para melhorar a qualidade do ensino no campo, a senadora citou algumas iniciativas desenvolvidas pela CNA e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem rural (SENAR). Uma delas é o Projeto Escola Viva, lançado em 2010, com o objetivo de promover a integração entre os pais dos alunos e os professores das escolas do meio rural. A iniciativa também criou o sistema de alternância, onde os alunos passam uma semana na escola e uma semana em casa. No período em que estão em suas residências, o professor vai ao encontro dos alunos para passar tarefas e dar aulas de reforço escolar. Hoje, há um projeto piloto neste sentido, no município de Monte do Carmo, no Tocantins. A presidente da CNA também destacou a parceria do SENAR com o Ministério da Educação, no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), criado com o intuito de promover a inclusão social de jovens e trabalhadores no campo. Das 120 mil vagas disponibilizadas, 50 mil serão destinadas ao SENAR, que promoverá cursos de capacitação voltados principalmente ao empreendedorismo no meio rural.

Para a presidente da República, Dilma Rousseff, a educação no campo deve ser um trabalho desenvolvido não apenas na esfera federal, mas deve envolver também a participação da CNA e outras entidades representativas do setor rural, além dos governos estaduais, prefeituras, iniciativa privada e entidades de classe.  Apoiou, também, a afirmação da senadora em relação à importância do agronegócio para a economia brasileira, responsável pelo superávit da balança comercial brasileira. Neste contexto, defendeu a participação de todos os produtores para que o Brasil possa continuar ampliando a produção. “Temos dois desafios. Um é desenvolver a agricultura para garantir um mercado interno abastecido por pequenos, médios e grandes agricultores. Também temos que mostrar a nossa condição de melhor agricultura do mundo desenvolvendo uma produção cada vez mais sustentável”, afirmou a presidente da República.

Também estiveram na solenidade a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro,  do Trabalho e Emprego, Paulo Roberto Santos, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, e o presidente da Câmara dos deputados Marco Maia (PT-RS). O evento contou, ainda, com a presença dos governadores Agnelo Queiroz (Distrito Federal), Marconi Perillo (Goiás), Silval Barbosa (Mato Grosso), Renato Casagrande (Espírito Santo), Confúcio Moura (Rondônia) e José de Anchieta Júnior (Roraima), além de vários deputados, prefeitos, representantes do setor agropecuário, trabalhadores rurais e movimentos sociais. 

Pronacampo – O Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo) se destinará a oferecer apoio técnico e financeiro aos Estados, Distrito Federal e municípios para a implementação de políticas no campo, com ações baseadas em quatro eixos: gestão e práticas pedagógicas, formação de professores, educação de jovens e adultos e educação profissional e tecnológica. A iniciativa contemplará principalmente escolas em áreas rurais e comunidades quilombolas. Ainda no programa, está prevista a construção de três mil escolas, obras de infraestrutura, a aquisição de oito mil ônibus escolares, 180 mil bicicletas e duas mil lanchas, que serão disponibilizadas para o transporte dos estudantes. O Pronacampo também promoverá a inclusão digital em 20 mil escolas, com 160 mil vagas até 2014 e a oferta de três mil livros didáticos.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNA

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