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Porto de Porto Velho terá novos terminais a partir de 2014

Complexo Portuário Rio Madeira será localizado em outra região para desafogar tráfego de caminhões na capital e atender novos mercados e terá mais capacidade


Publicado em: 29/01/2013 às 13:30hs

Porto de Porto Velho terá novos terminais a partir de 2014

O projeto que prevê a ampliação da capacidade de escoamento de grãos e outros produtos será viabilizado com investimentos de aproximadamente R$ 80 milhões.

Um projeto da iniciativa privada com o apoio do governo do Estado de Rondônia prevê a transferência dos terminais portuários da capital para uma região mais próxima de Itacoatiara (PA) e ampliar a capacidade de escoamento de grãos e outros produtos. Atualmente, o porto de Porto Velho é a principal via de escoamento de grãos de Rondônia e parte da produção de soja e milho do noroeste de Mato Grosso até Itacoatiara que segue para a exportação.

Viabilizado com investimentos de aproximadamente R$ 80 milhões pelo grupo Amaggi e um investidor individual (50% de cada), o chamado Complexo Portuário Rio Madeira estará localizado em Portochuelo, região a 18 quilômetros ao norte do atual porto. A previsão para conclusão da obra é final de 2014. Metade da estrada que liga a região noroeste do Mato Grosso até o Complexo já está asfaltada.

Com isso, os investidores pretendem amenizar os principais problemas do escoamento na região. O primeiro deles é o trânsito intenso de caminhões em Porto Velho, já que o porto, operado pela empresa Soph, está dentro da cidade e provoca transtornos à população, além de desafogar o tráfego na BR-163 de veículos que conduzem os grãos para o escoamento pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).

Além disso, somente o terminal do grupo Amaggi, operado pela empresa Hermasa, vai duplicar sua capacidade de 2,5 milhões de toneladas para 5 milhões. A nova localização do porto também vai permitir encurtar em 8 quilômetros o curso das cargas pelo rio Madeira, que dificulta a navegação das barcaças carregadas nos períodos de seca. Durante a cheia, as barcaças levam de 3 a 4 dias para descer o rio até Itacoatiara, mas na seca um pouco mais.

O Complexo Rio Madeira será formado por uma área de 100 hectares para o terminal público de Rondônia (o atual tem 60 hectares), 258 hectares da zona de processamento de exportação, que já tem licenciamento do Ministério do Comércio Exterior, uma empresa do Equador e uma parte do investidor individual. “A área do porto público foi doada para o governo do Estado”, explica a coordenadora do projeto do complexo e a ponte entre os dois investidores, Dolores Barofaldi.

A demanda do mercado internacional é outro fator que pressiona o estrangulamento do porto. “A demanda no mercado internacional é muito grande e a gente não consegue atender. Já deixamos de comprar milho esse ano por não ter capacidade de escoamento.”, afirma Hermenegildo Pereira, gerente da Hermasa, empresa pertencente ao grupo Amaggi. Dentro do complexo, a Hermasa será apenas prestadora de serviços para a Amaggi e terceiros no transporte fluvial e transbordo.

Em 2012, das 5 milhões de toneladas de cargas exportadas pelo porto público de Porto Velho, 2 milhões foram de milho e soja transgênica provenientes de Mato Grosso e outras 500 mil toneladas de soja convencional produzida em Rondônia.

A Hermasa, que já opera no limite da capacidade, escoou pelo terminal privado cerca de 2,6 milhões de toneladas de grãos. “Com exceção deste ano e do ano passado, estávamos estagnados em 2,5 milhões de toneladas, justamente pela questão de capacidade portuária. Aí agregamos 150 mil toneladas a mais. Hoje, a empresa dispõem de muita frota marítima, só que os terminais não têm capacidade maior de escoamento. Por isso a necessidade urgentemente de um novo terminal”, explica o gerente da empresa.

Exportação de carne

O terminal portuário público de Porto Velho também iniciou um projeto para realizar a exportação de carnes. “Nós queremos que o nosso porto passe a exportar a carne de Rondônia e do norte de Mato Grosso. Agora nós estamos com um projeto em andamento, licitando uma obra para revisar a rede elétrica e instalar as tomadas para contêineres refrigerados”, explica o diretor-presidente da Soph, Ricardo Vieira.

O porto terá capacidade de escoar 500 contêineres por mês e vai encurtar um terço do caminho deixando de sair pelos portos do Sul.

Devido aos altos custos de frete para Santos e Paranaguá, além das dificuldades com o transporte de cargas com a nova legislação dos caminhoneiros, a JBS já se comprometeu com o porto para escoar toda a produção das suas 10 plantas frigoríficas de Rondônia por lá. A ideia seria iniciar com 300 contêineres de carne por mês para Europa, Ásia e América.

Fonte: Globo Rural

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