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Plano agrícola: Condições são insuficientes

Setor produtivo de MT pediu aumento no limite de crédito e do preço mínimo da soja e milho


Publicado em: 29/06/2012 às 18:10hs

Plano agrícola: Condições são insuficientes

Apesar do aumento no valor destinado ao Plano Agrícola e Pecuário (PAP) deste ano e da redução nas taxas de juros, as condições anunciadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nesta quinta-feira (28) atendem poucas reivindicações feitas pelo setor produtivo mato-grossense ao governo federal. Avaliação é do diretor financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Nelson Piccoli.

“Fizemos uma solicitação para que fossem atendidos 6 itens principais, como por exemplo, o aumento do crédito por pessoa física, alta no preço mínimo para soja e milho e a criação de uma linha específica para pecuária”. Volume de recursos ofertado pelo PAP para a safra 2012/2013 está 7,5% maior e com juros menores. Piccoli diz que os produtores foram atendidos com a redução dos juros para custeio e com a ampliação do crédito disponível nas linhas do Modeagro e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).

Mas, avalia que para os médios produtores do Estado o limite de crédito deveria ser maior. “Precisaríamos de R$ 1,3 milhão por produtor e o governo anunciou R$ 800 mil para as operações de custeio”. Até o último PAP, o limite de crédito estabelecido era de R$ 650 mil por produtor. “Há uma diferença muito grande entre o médio produtor  de Mato Grosso e do restante do país, temos um agravante aqui que é a logística”. Para Piccoli, outro ponto negativo é o preço mínimo aplicado para soja e milho. “Da soja permaneceu como estava (R$ 22,87/saca) e o  custo de produção é maior que o preço mínimo”. Para o milho, o valor subiu de R$ 12,60 para R$ 13,02 a saca para os contratos de opção. “O ideal é que ficasse entre R$ 14,50 e R$ 15 porque desse jeito o contrato de opção pouco será acionado”. Isso porque o custo operacional para recorrer a esse modelo de comercialização será de no mínimo R$ 2,70/saca.

Para os médios produtores, atendidos pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) o volume de recursos para custeio aumentou 15%, de R$ 6,2 bilhões para R$ 7,1 bilhões. Renda bruta anual para enquadramento do programa subiu de R$ 700 mil para R$ 800 mil e o limite de crédito por beneficiário de R$ 400 mil para R$ 500 mil. Para investimento, valor disponibilizado é de R$ 4 bilhões, ante R$ 2,1 bilhões da safra passada.

Taxa de juros foi reduzida de 6,25% para 5% ao ano. Para as cooperativas o limite de financiamento foi elevado de R$ 60 milhões para R$ 100 milhões por cooperativa pela linha do Prodecoop e de R$ 25 milhões para 50 milhões pelo Procap-Agro. Em todo país serão liberados R$ 115,2 bilhões ao setor, contra 107,21 bilhões na safra anterior. Em Mato Grosso, dos recursos previstos para serem aplicados na safra 2012/2013, o Banco do Brasil antecipou, no 1º semestre deste ano, a liberação de 413,237 milhões de pré-custeio para pequenos e médios produtores. Montante foi 36% maior que o emprestado no mesmo período do ano passado para safra 2011/2012, segundo o gerente de mercado de Agronegócio da superintendência regional do BB, Anderson Scorsafava.

Para esta temporada os recursos nacionais estão divididos em R$ 86,9 bilhões para custeio e R$ 28,2 bilhões para investimentos e começam a ser liberados a partir de 09 de julho. Os juros praticados diminuíram de 6,75% para 5,5%.

Neste Plano Safra, as mudanças nas condições de financiamento contemplam pequenos e médios produtores, cooperativas, pecuaristas, suinocultores, caprinocultores e ovinocultores, além de subsidiar a produção sustentável.

Fonte: Gazeta Digital

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