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Plano ABC esbarra em conservadorismo e questão fundiária

Iniciativa tem como objetivo financiar ações que contribuam para estimular a agricultura de baixo carbono


Publicado em: 01/02/2012 às 17:20hs

Plano ABC esbarra em conservadorismo e questão fundiária

A demanda pelos financiamentos do programa de incentivo à Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que faz parte do plano do governo federal de redução das emissões de gases de efeito estufa, esbarra em questões como a resistência de produtores rurais tradicionais em adotar as novas tecnologias e também na falta de regularização fundiária que dificulta o acesso ao crédito.

O diagnóstico é do diretor do departamento de sistemas de produção e sustentabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Carlos Magno Chaves Brandão. Carlos Magno representou o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho (PMDB/RS), hoje (30) pela manhã no seminário de lançamento do Guia de Financiamento da Agricultura de Baixo Carbono, promovido pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Mendes Ribeiro e a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu (PSD/TO), cancelaram a participação no evento pois foram ao Paraná para participar do enterro do deputado federal Moacir Michelleto (PMDB/PR), que faleceu ontem vítima de acidente de carro. O seminário que está sendo promovido ao longo do dia pela CNA é um dos quatro encontros regionais que serão realizados para divulgar experiências bem sucedidas de práticas sustentáveis no campo.

O objetivo é motivar os agricultores a aderir ao programa ABC, pois a demanda pelos financiamentos continua baixa, apesar dos ganhos ambientais e econômicos proporcionados pela agricultura de baixo carbono, além das condições especiais do crédito, como taxa de taxa de juros de 5,5% ao ano e prazos de até 12 anos para pagamento.

Dos R$ 3,15 bilhões destinados às operações do programa ABC nesta safra, apenas R$ 274,9 milhões (8,7%) foram tomados pelos produtores rurais entre julho e dezembro do ano passado. O diretor do Ministério da Agricultura acredita que o programa ABC deve deslanchar nos próximos meses, pois neste ano serão treinados mais 5 mil técnicos de campo que atuam junto aos agricultores, além dos 3 mil que receberam treinamento no ano passado.

Carlos Magno considera natural que num primeiro momento exista resistência de agricultores e pecuaristas tradicionais às novas práticas. “Apesar de as tecnologias serem simples, o programa é inovador e representa uma queda de paradigma”, diz ele. Para ampliar a divulgação, também foram montados comitês gestores estaduais do programa, que terão participação do setor público e do privado.

As linhas de crédito do programa ABC financiam a recuperação de pastagens degradadas; implantação de cultivo orgânico; implantação de plantio direto na palha; integrações entre lavoura-pecuária, lavoura-floresta, pecuária-floresta e lavoura-pecuária-floresta; manejo florestal comercial, inclusive destinado ao uso industrial ou produção do carvão vegetal; regularização das propriedades ante as exigências da legislação ambiental, inclusive com recuperação de áreas de preservação permanente; e manejo florestal sustentável.

Fonte: Agência Estado

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