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Pesquisa aponta que o acesso à saúde é a maior preocupação dos Índios Brasileiros

Levantamento inédito do Datafolha, encomendado pela CNA, traça radiografia da população indígena brasileira


Publicado em: 14/11/2012 às 09:15hs

Pesquisa aponta que o acesso à saúde é a maior preocupação dos Índios Brasileiros

A dificuldade de acesso à saúde é a principal queixa da população indígena no Brasil. Do total de índios que precisou ser atendido em algum posto de saúde, nos últimos seis meses, 63% disseram que tiveram dificuldade de acesso ao atendimento médico. Na região Centro-Oeste, 75% passaram por esta situação. Para 29% desta camada de brasileiros, também faltam remédios e profissionais disponíveis para atender quem vive nas aldeias. Estes dados fazem parte de uma pesquisa inédita, encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ao instituto de pesquisa Datafolha. Os pesquisadores responsáveis pelo trabalho realizaram 1.222 entrevistas, percorrendo 32 aldeias em todas as regiões do País.

O emprego e a renda também são temas que preocupam a população indígena, pois 70% destas pessoas não exercem trabalhos remunerados, 64% recebem auxílio do Bolsa-Família, com remuneração média de R$ 153,23, e 46% ganham cestas básicas do Governo. A ajuda do poder público, na avaliação dos índios consultados, é considerada insuficiente. A atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão responsável pela promoção e proteção aos direitos desta parcela de pessoas, é reprovada por 39% desta parcela da população.

A pesquisa apontou que, para solucionar estes impasses, seriam necessários, entre outros pontos, mais investimentos nas áreas de saúde e educação nas regiões em que os índios vivem, além da melhoria das condições de saneamento básico e investimentos em agricultura. A questão fundiária preocupa 24% das pessoas ouvidas, que defendem a demarcação de terras indígenas e querem mais terras para produzir.        

“O pleito dos índios pela ampliação de suas áreas é legítimo, mas reduzir a questão indígena à falta de terra é uma simplificação irreal, que tira o foco da realidade. As reclamações dos índios vão muito além de um pedaço de chão. Eles querem cidadania, respeito, assistência médica, uma educação melhor, instrumentos que lhes possibilitem obter mais renda e o sustento de suas famílias com dignidade”, enfatiza a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu.

O levantamento mostra que, mesmo em proporção inferior ao resto da população brasileira, os índios têm desejos, hábitos e posses semelhantes às pessoas do meio urbano. Segundo, a pesquisa 67% das pessoas ouvidas gostariam de ter formação universitária. Em relação ao hábito da leitura, o levantamento apontou que 46% dos índios já leram algum livro, 25% têm o hábito regular de ler e 18% lêem até três livros por ano. A pesquisa registrou, também, que 66% dos índios lêem o português e 67% escrevem na língua portuguesa. 

Outra constatação é de que 63% dos indígenas possuem televisão colorida em suas residências, 51% têm geladeira, 66% dispõem de fogão a gás, 40% têm rádio, 37% têm aparelhos de DVD e 36% utilizam telefones celulares. Por outro lado, o computador ainda é uma realidade distante desta parcela de brasileiros, pois apenas 6% dos entrevistados afirmaram ter este equipamento em casa. A internet também está em proporção muito inferior ao do restante da sociedade, pois apenas 11% das pessoas ouvidas disseram que têm acesso à rede mundial de computadores.

A questão da infraestrutura doméstica também é valorizada pelos índios. Segundo a pesquisa, 79% gostariam de ter banheiro dentro de casa, mas apenas 18% possuem. Apenas 6% dos entrevistados possuem chuveiro elétrico, desejo de 47% das pessoas. O levantamento também apontou que apenas 4% dos índios possuem rede de esgoto, e 73% consideram este item fundamental.

A pesquisa da Datafolha está disponível no Canal do Produtor – www.canaldoprodutor.com.br.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNA

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