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Parlamentares visitam a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

Objetivo foi conhecer ações em prol da segurança alimentar


Publicado em: 14/11/2012 às 13:30hs

Parlamentares visitam a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 47 unidades da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, recebeu hoje (13/11) pela manhã a visita dos deputados federais Padre João (PT-MG) e Nazareno Fonteles (PT-PI), presidente e relator da Subcomissão de Segurança Alimentar e Nutricional da Comissão de Seguridade Social e Família, respectivamente. O objetivo foi conhecer as pesquisas da Unidade relacionadas à segurança alimentar.

A subcomissão foi criada em junho de 2012 para avaliar as políticas públicas ligadas ao direito humano à alimentação e, por isso, os parlamentares têm visitado instituições que realizam ações nessas áreas.  O objetivo é elaborar um relatório a ser entregue à Câmara Federal ainda em 2012, que contenha críticas e sugestões às políticas públicas vigentes no país e, assim, propiciar avanços nos seus resultados em benefício da sociedade brasileira. Questões como o uso da água, agrotóxicos, e outras que afetam a segurança alimentar dos brasileiros estão entre os tópicos de discussão desta Subcomissão.

Paramentares conheceram tecnologias desenvolvidas pela Embrapa em benefício da agricultura sustentável

O motivo da visita à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia foi conhecer melhor as soluções que a pesquisa agrícola pode oferecer à segurança alimentar e nutricional da população brasileira. Os parlamentares foram recebidos pelo Chefe-Geral da Unidade, Mauro Carneiro, e pela Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, Taciana Cavalcanti, que apresentaram a Unidade de forma geral, lembrando que a sua criação em 1974, um ano após a criação da Embrapa, foi vital para garantir a independência tecnológica do Brasil.

De acordo com Carneiro, cerca de 80% da base alimentar da população brasileira é constituída de espécies exóticas, ou seja, que não são originárias do Brasil. “ A criação e consolidação da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia no cenário agrícola brasileiro e internacional foi fundamental para garantir a segurança na introdução de material genético oriundo do exterior, além da sua conservação e intercâmbio com outras instituições brasileiras”, ressaltou.

O Chefe-Geral explicou ainda que as ações da Unidade em prol da conservação de recursos genéticos resultaram na formação do maior banco genético vegetal do Brasil e da América Latina, com mais de 120 mil amostras de sementes de importância socioeconômica. Esse banco é mantido na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, DF, e conserva as espécies em câmaras frias a 20ºC abaixo de zero.

Atualmente, o complexo de câmaras frias da Unidade tem capacidade para armazenar 240 mil amostras de sementes, mas já está em fase final de construção uma nova edificação, que vai praticamente quadruplicar essa capacidade para 750 mil amostras. Os deputados conheceram essa nova estrutura, que inda está em obras.

Parceria com comunidades indígenas: prova viva da importância das câmaras frias


Durante a visita, os parlamentares conversaram também com a pesquisadora Terezinha Dias, que apresentou as pesquisas que vêm sendo desenvolvidas em parceria com comunidades indígenas do Tocantins e do Xingu.

“A interação com povos indígenas é a prova concreta da importância de se conservar recursos genéticos”, ressaltou a pesquisadora, lembrando que o contato com esses povos começou em 1995, quando representantes do povo indígena Krahô, do Tocantins, procuraram a Embrapa em busca de sementes primitivas de milho e amendoim.

As sementes, que haviam sido coletadas em terras indígenas cerca de 20 anos antes, estavam conservadas nas câmaras frias da Unidade, em Brasília. Elas foram multiplicadas e entregues aos Krahôs.

Esse foi o ponto de partida de uma parceria de sucesso, que se estende até hoje e já foi estendida a outras comunidades indígenas brasileiras.

Os deputados elogiaram essas ações e ressaltaram que devem ser incentivadas e estendidas a outras comunidades, não apenas indígenas, mas também tradicionais, como os quilombolas, por exemplo, e de pequenos agricultores.

Para Fonteles, é fundamental que o Brasil invista mais em ações voltadas aos pequenos agricultores, especialmente a partir de cooperação com cooperativas e associações. “Os pequenos, quando juntos, se tornam grandes”, enfatizou.

Parlamentares conheceram melhor a biotecnologia  e a segurança dos produtos gerados por engenharia genética

Os parlamentares assistiram também a uma apresentação do pesquisador Elíbio Rech sobre os benefícios da biotecnologia para a agricultura sustentável, na qual ele ressaltou o esforço da Embrapa para desenvolver produtos de alto valor agregado a partir de técnicas de engenharia genética. Segundo Rech, essas pesquisas são como “mímicas” da natureza em laboratório com o objetivo de gerar produtos sustentáveis e de menores custos.           Como exemplo, citou as pesquisas com teias de aranhas da biodiversidade brasileira, que podem gerar fios mais resistentes e flexíveis para beneficiar vários setores da indústria, como a têxtil, médica e de defesa, com a confecção de pára-quedas, entre muitas outras. “As pesquisas de engenharia genética nos permitem hoje produzir esses fios em laboratórios sem precisar coletar aranhas”, enfatizou.

Em relação à segurança dos organismos geneticamente modificados, ou transgênicos, que é uma das preocupações dos parlamentares, Rech garantiu que a Embrapa dispõe hoje de equipamentos supermodernos, denominados espectrômetros de massa, que permitem analisar a fundo a segurança desses organismos. Além disso, explicou que a CTNBio – Comissão Técnica  Nacional de Biossegurança, responsável pela liberação desses produtos para uso comercial no Brasil, é extremamente exigente e que os testes desses produtos demoram de cinco a 10 anos para garantir que sejam seguros ao consumo.

Inseticidas biológicas e agroecologia fecharam o programa de visita à Unidade

Fonteles e Padre João conheceram ainda os inseticidas biológicos desenvolvidos pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia para controle de mosquitos transmissores de doenças e insetos que atuam como pragas agrícolas, que foram apresentados pela pesquisadora Rose Monnerat.

E por fim, conversaram com os pesquisadores Edison Sujii e Carmem Pires sobre os trabalhos de transição agroecológica desenvolvidos em parceria com a Emater-DF e Universidade de Brasília com pequenos produtores do DF, que têm como objetivo sistematizar esforços para produzir um modelo de agricultura tecnológico abrangente, socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente sustentável.

Ao final da visita, os parlamentares garantiram que vão estreitar a relação com a Embrapa e reforçaram que a Empresa precisa investir cada vez mais em ações em prol da agricultura familiar, voltadas ao empoderamento dos pequenos produtores, especialmente a partir de convênios e parcerias com cooperativas e associações.

Fonte: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

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