O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Mendes Ribeiro Filho, disse durante audiência com parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que a proposta de parceria entre Estados e Governo Federal é viável. A proposta apresentada pelo deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC) é repassar o valor do frete pago pela Conab ao Estado, o qual bancará a diferença para o transporte do milho. Colatto comprometeu-se em falar com o governador de Santa Catarina Raimundo Colombo, para que possa ser
realizada uma parceria entre o Governo Federal e Estadual.

Os parlamentares também solicitaram ao ministro a postergação da Lei 12.619/2012. “Com isso, o frete deve apresentar uma redução de 30%, facilitando a contratação de caminhões para o transporte de milho entre os Estados”, disse.

Mendes Ribeiro comprometeu-se em levar a solicitação a presidente e apresentar os impactos no setor agrícola com a aplicação da Lei. “Se os motoristas fizerem uma nova paralisação o Brasil sofrerá um desabastecimento animal e humano, sem ter alimentos para consumo”, afirmou Colatto.

Outra manifestação feita pelo ministro foi a implantação de armazéns em Santa Catarina. Colatto informa que a partir do próximo ano existe uma proposta para construção de um armazém de aproximadamente 100 mil toneladas no Estado. “Precisamos de local para estocagem de milho. Ao se construir um armazém no Estado estaremos reduzindo em grande parte a dificuldade que hoje enfrentamos por conta de logística”, justificou Colatto.

A Conab realizará amanhã uma nova licitação para contratar o frete de 35 mil toneladas, categoria milho balcão, já que ao realizar a primeira licitação não houve empresas que se habilitaram. Há também um pedido para uma subvenção de 15% sobre o preço do milho no Ministério da Fazenda para a compra direta do Paraná. “Infelizmente na primeira reunião entre a Conab e a Fazenda o Ministério negou a proposta”, lamentou Colatto.

Conforme o parlamentar não há estoque em Santa Catarina e para suprir a necessidade será preciso 200 mil toneladas até o final do ano. “Enquanto isso, a crise se agrava na suinocultura e avicultura chegando as agroindústrias, é preciso medidas urgentes do governo para não inviabilizar o setor e repassar o prejuízo aos agricultores e a economia brasileira”, concluiu.