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Parceria IICA e Instituto SENAI de Alimentos ganha força com novo acordo de cooperação

Os Institutos formalizaram a parceria durante o 9º Seminário Internacional de Industrialização da Carne, em Chapecó, SC


Publicado em: 04/10/2012 às 07:50hs

Parceria IICA e Instituto SENAI de Alimentos ganha força com novo acordo de cooperação

O Sistema FIESC formalizou a parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) para apoio ao Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos (IST), que será implantado em Chapecó, Santa Catarina. O acordo de cooperação foi assinado, dia 19, pelo presidente do Sistema FIESC, Glauco José Côrte; pelo diretor regional do SENAI/SC, Sérgio Roberto Arruda e pelo Representante do IICA no Brasil, Manuel Otero, durante a abertura do 9º Seminário Internacional de Industrialização da Carne. Glauco José Côrte salientou a importância da parceria, do IST e do próprio Seminário, pela crescente importância do conhecimento no desenvolvimento das empresas.
 
A cooperação prevê a promoção de soluções competitivas na área de processamento de aves, segurança de alimentos e execução de projetos conjuntos no continente americano. Os trabalhos poderão ser na forma de assessoria direta, por meio de missões técnicas, capacitação de especialistas e intercâmbio de conhecimentos e informações. Desde 2011, as duas entidades realizaram em conjunto duas edições (uma em andamento) da Escola de Processamento Avícola, em Chapecó, e, com a assinatura do convênio, a atividade se consolida como evento anual.
 
A parceria com o IICA cumpre a estratégia do SENAI de buscar instituições de referência nacionais e internacionais na implantação e operação dos Institutos de Tecnologia. O IICA atua em todo o continente americano e é especializado em agricultura e meio rural. O equatoriano Sánchez-Plata, por exemplo, é especialista em segurança dos alimentos no Programa do Agronegócio e Comercialização e no Programa de Segurança Agrícola Saúde e Alimentação, desenvolvidos pelo escritório de Miami-EUA.
 
Seminário

Inovação foi o tema das três primeiras palestras do 9º Seminário Internacional de Industrialização da Carne, que integra a programação técnico-científica da Mercoagro. O tema foi abordado por Natalino Uggioni (IEL/SC), Marcos Sanchez-Plata (Programa de Agronegócio e Comercialização do IICA) e Ana Lúcia da Silva Correia Lemos (ITAL).
 
Uggioni destacou que um dos entraves para a inovação no Brasil é a dificuldade de compreensão do tema. Ele citou pesquisa realizada pelo IEL/SC, segundo a qual muitas empresas se disseram inovadoras, mas afirmaram que fazem inovação adquirindo tecnologia. "Há um equívoco neste conceito, pois, nestas circunstâncias quem inova é o fabricante do novo equipamento e não quem o adquire". Outra dificuldade para a inovação apontada pelo superintendente do IEL/SC é a falta de conhecimento a respeito das iniciativas de apoio à inovação, nas quais se incluem a Lei do Bem e linhas de financiamento.
 
Falando sobre tendências para alavancar a indústria da carne, Sanchez-Plata destacou que a identificação de nichos de mercado pode contribuir para agregar valor aos produtos. Ele lembrou que frigoríficos americanos obtém preços 58% em patas e garras de frango vendidos para a China do que com a venda, no mercado doméstico, de coxas e sobrecoxas, cortes considerados mais nobres. Sanchez-Plata também citou iniciativas como as da empresa americana Oscar Mayer, do grupo Kraft, que estabeleceu metas como a de reduzir, até 2015, em 50% o índice de conservantes artificiais e em 20% a quantidade de sódio.
 
Segundo Ana Lúcia, pesquisas apontam que o consumidor brasileiro de alimentos espera conveniência e praticidade (34%), qualidade e confiabilidade (23%), produtos que mantenham aspectos sensoriais e prazer (22%) e produtos saudáveis, bem estar, sustentabilidade e ética (21%). Os consumidores confiam na qualidade de industrializados e aumentariam o consumo de produtos com sabor e variedade em função do preço. Outro aspecto para o qual Ana Lúcia chamou a atenção é que a classe C é mais apegada à marca do que as classes A e B. "Parece contraditório que famílias com menor poder aquisitivo aceitem pagar mais pela marca, mas uma hipótese é a de que elas não podem errar na compra, não podem descartar produtos com experimentos", disse. Ana Lúcia destacou que a sociedade "não pode abrir mão de produtos industrializados e busca o equilíbrio entre a vida útil dos produtos e a praticidade. Vivemos um período em que precisamos fazer escolhas e a tecnologia pode ajudar a buscar produtos mais saudáveis e que mantenham a praticidade do consumo", afirmou.
 
Fábio Nunes, também do IICA, salientou que o mercado de frango tem boas perspectivas para as próximas décadas, em função das mudanças que a demográficas. A população do planeta deverá crescer para 9 bilhões de habitantes em 2050, terá idade média maior, se tornará mais urbana e terá maior poder aquisitivo. São características que estimulam uma mudança de dieta, com maior ingestão calórica e de proteínas animais. O frango possui algumas vantagens, tais como a de ter "melhor conversão alimentar; menor impacto ambiental; não possui restrição religiosa; é nutritivo e percebido como saudável; relativamente, é a carne mais barata, possui fantásticas propriedades funcionais e possibilita criar incontáveis produtos", afirmou. Ele explicou que, para produzir um quilo de carne, o frango consome dois quilos de ração, enquanto o suíno exige três quilos de ração e o bovino, sete. Segundo Nunes, a produção de frango também exige menor espaço físico, gera menos emissões de CO2 e consome menos água por quilo de carne gerado, também na comparação com o suíno e com o bovino.

Fonte: SENAI/SC

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