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Parceria entre o público e empresas privadas amplia a extensão rural no Brasil

Os desafios enfrentados pela assistência técnica e extensão rural pública têm deixado uma lacuna no processo de difusão tecnológica, que, em parte vem sendo preenchido por empresas de insumos de equipamentos


Publicado em: 14/01/2013 às 13:20hs

Parceria entre o público e empresas privadas amplia a extensão rural no Brasil

No entanto, Júlio Zoé de Brito, presidente da Asbraer e do Instituto Agronômico de Pernambuco, IPA,  aponta que essa é uma questão que merece uma enorme reflexão da sociedade, pois quando uma empresa vende um insumo, defende que aquele produto é o melhor, já a outra empresa, garante que o seu insumo tem qualidade superior.
 
“Evidentemente, toda empresa ganha mais quando vende mais. O que temos na realidade, hoje, é que, geralmente, os agrônomos ou técnicos contratados por essas empresas têm um salário base e a remuneração é ampliada de acordo com a meta de vendas”, aponta o presidente da Asbraer. “Não estou dizendo que isso seja uma regra do agrônomo, que ele vai querer vender mais e mais ao agricultor. Mas, no momento em que você tem uma armadilha que significa a remuneração do técnico, é provável que, em muitas situações, isso se configure”, reforça.
 
Na opinião da Asbraer, se o agricultor não tiver assistência técnica e extensão rural pública pode estar sendo levado a fazer, no mínimo, uma despesa desnecessária. “Então, isso merece um estudo da sociedade, para que a tecnologia seja apropriada na qualidade e na quantidade adequada, de acordo com a geração do conhecimento que nós temos em todas as instituições de pesquisa do país”, enfatiza Brito.

GRANDE PROJETO

Entretanto, o presidente da Asbraer comenta que a união entre empresas de insumos e equipamentos e órgãos públicos de pesquisa e extensão pode ser uma alternativa viável no processo de levar conhecimento ao homem do campo, especialmente frente ao novo momento, no qual a presidente Dilma compreendeu a importância da assistência técnica e extensão rural como uma porta de oportunidade para dinamizar a agricultura familiar, e a partir do sistema brasileiro de assistência técnica e extensão rural, a criação de um órgão para coordenar esse sistema.
 
“Temos que chamar todos os representantes de agricultores, de fabricantes de equipamentos e insumos para que se tenha um projeto nacional, com metodologia científica, a fim de que o agricultor possa se apropriar desse conhecimento, por meio de uma metodologia correta, ética, em que a nossa experiência e saber levem benefício ao agricultor”, comenta Brito.
 
Para a Asbraer, esse grande projeto seria o pilar na transformação da agricultura, especialmente para a agricultura familiar, que nunca teve a oportunidade de receber um extensionista, de conhecer as políticas públicas e de acessar as inovações tecnológicas. “Então, acho que esse, de fato, seria um grande projeto. Essa nova entidade poderia empreender, e nós, da Asbraer, estamos juntos para, com os demais atores, contribuir com esse processo”, destaca Brito.

Fonte: Universo Agro

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