Há dois anos a Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), em parceria com o Instituto Federal Sul-rio-grandense (IF-Sul/CAVG) e a Escola Técnica Estadual de Canguçu (ETEC), desenvolve o Programa de Avicultura Colonial, que busca um incremento na renda dos agricultores familiares de maneira sustentável, seja na perspectiva econômica, social ou ambiental. Uma das diferenças do projeto é a utilização de rações compostas de resíduos sem valor comercial, como a farinha de batata-doce. O trabalho resulta em ovos e carne de frango colonial com alto valor agregado. Outra finalidade do projeto é despertar nos alunos do meio rural a vontade de continuar no campo.

Toda a produção desse sistema vem sendo comercializada em cinco pontos do município de Canguçu, onde o programa é desenvolvido, e também na feira livre que ocorre todas as quintas-feiras, em frente à Prefeitura da cidade. Segundo o secretário de Agricultura e Pecuária, Philipe Silva dos Santos, é importante que uma Escola Técnica trabalhe com os alunos a questão da comercialização e da agroindústria. “É um elo para manter o jovem no meio rural", disse.

A produção atual de ovos na escola é de 180 dúzias por semana. Mas, segundo o diretor da ETEC, Antonio Maia, a expectativa é que a produção suba para cerca de 400. Com a aquisição de uma classificadora de ovos foi possível trabalhar da porteira para fora. O próximo passo, segundo Maia, é buscar a certificação de produção orgânica. Para o pesquisador responsável pelo Projeto, João Pedro Zabaleta, a iniciativa possibilita mais uma fonte de renda às propriedades da região. Além disso, cria um modelo mais sustentável e faz com que os jovens permaneçam no campo com mais qualidade de vida.