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PARANÁ: Cooperação com a Itália vai fortalecer produção de hortigranjeiros

O governador em exercício Flavio Arns assinou nesta quinta-feira (24/05) termos de cooperação técnica com as regiões de Emilia Romagna e Toscana, na Itália, que abrem possibilidades de negócios e investimentos no Paraná


Publicado em: 28/05/2012 às 09:30hs

PARANÁ: Cooperação com a Itália vai fortalecer produção de hortigranjeiros

Entre os objetivos do acordo está aproveitar a experiência dos italianos em distribuição de alimentos para modernizar a Ceasa do Paraná e identificar no Estado oportunidades de negócios para pequenas e médias empresas da Itália, especialmente nas áreas têxtil e alimentícia.
 
Qualidade - De acordo com Arns, os acordos deverão contribuir para ampliar ainda mais a qualidade da produção paranaense de alimentos e do vestuário. Além disso, serão importantes para a modernização das Centrais Atacadistas de Alimentos do Paraná (Ceasa) e dos sistemas de produção e transporte de produtos hortifrutigranjeiros. O objetivo é fazer chegar um alimento de melhor qualidade e mais barato ao consumidor em todo o Estado.
 
Conhecimento e tecnologia - Para isso, a região italiana de Emilia Romagna compromete-se a repassar o conhecimento e a tecnologia adquiridos nos últimos 30 anos, desde que começou a enfrentar problemas semelhantes aos que o Paraná tem hoje na área.
 
Modelo - O presidente da Ceasa, Luiz Gusi, disse que a região foi escolhida como modelo para o processo de modernização da Ceasa e da logística de distribuição de alimentos depois de visitas a vários centros atacadistas importantes da Europa. Segundo ele, a experiência de Emilia Romagna foi a que apresentou maior identificação com a realidade do Paraná.
 
Potencial - Técnicos do Centro Agroalimentar de Bologna e da Universidade de Bologna, na região de Emilia Romagna, estiveram em Curitiba há quatro anos e constataram o grande potencial da movimentação de frutas e hortaliças na Ceasa de Curitiba, mas identificaram falta de eficiência na padronização dos alimentos, na distribuição e logística até o produto chegar ao consumidor.
 
Formalização - Agora, o termo de cooperação formaliza a parceria que pretende corrigir essas distorções. Os termos de cooperação técnica foram assinados também pelo secretário de Atividades Produtivas da região Emilia Romagna, Gian Carlo Muzzarelli, e pelos secretários da Agricultura, Norberto Ortigara, e da Indústria e Comércio, Ricardo Barros.
 
Experiência - O secretário Norberto Ortigara ressaltou a experiência dos italianos na distribuição de alimentos e na possibilidade de replicar esse modelo em Curitiba e nas cidades onde a Ceasa tem unidades atacadistas, como Londrina, Maringá e Cascavel. “A região da Emilia Romagna passou pelo que vamos passar no futuro próximo e eles podem nos ajudar com suas experiências a trilhar esse caminho”, disse Ortigara.
 
Logística - Segundo o secretário, os italianos podem ajudar o Paraná principalmente na superação das dificuldades logísticas, que pode contribuir para o barateamento dos produtos que chegam ao consumidor. Essa aproximação deverá resultar em investimentos consistentes na melhoria dos processos produtivos nas propriedades rurais e em uma nova e moderna central atacadista, que deverá abastecer Curitiba e outras unidades no interior do Estado.
 
Padronização e certificação - Outra possibilidade que se abre com esse acordo é o fortalecimento da padronização e da certificação dos alimentos, áreas onde os italianos têm bastante conhecimento. A medida deverá resultar na ampliação da importação e exportação de alimentos para a União Europeia a partir do Paraná, prevê Ortigara.
 
Fórum - O evento ocorreu durante o Fórum de Agroindústria, Tecnologia e Ciência da Vida, realizado na sede da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), com a presença de empresários italianos e paranaenses. Participaram do encontro a deputada federal Cida Borgheti, que é vice-presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Itália, e o vice-presidente da Fiep Hélio Bampi.
 
Avanço - Segundo o cônsul da Itália no Paraná e Santa Catarina, Salvatore De Venezia, o intercâmbio econômico com o Brasil avançou 26% nos últimos anos e os negócios cresceram de US$ 9 bilhões para US$ 12 bilhões por ano. Ele identifica no acordo possibilidades de ampliar a internacionalização das pequenas e médias empresas italianas e de atração de turistas para aquele país.
 
Estreitando relacionamento – Antes do Fórum, o governador Flávio Arns e os secretários da Agricultura e Indústria e Comércio, tiveram uma reunião informal com a comitiva italiana, liderada por Muzzarelli e o cônsul da Itália. Eles trataram da possibilidade de intensificar os negócios entre o Paraná e a Itália.
 
Interesse - Segundo o cônsul italiano, seu país tem interesse em exportar para o Brasil produtos típicos, como massas, queijos e molhos, e o governo do Paraná manifestou interesse pelos investimentos das indústrias italianas no Estado, como forma de ampliar o intercâmbio já existente. O secretário Ricardo Barros falou da importância da continuidade da cooperação paranaense com a Itália, país cuja economia tem muitas semelhanças com a do Paraná. Ele colocou a estrutura da Secretaria da Indústria e Comércio à disposição para criar as condições de atração para novos investimentos.
 
 Comprometimento  - Muzzarelli reforçou o comprometimento da Emilia Romagna com o Paraná e afirmou que os italianos têm condições de participar dessa troca atuando na transferência de inovação tecnológica, competitividade e industrialização.
 
 Palestra  – O secretário Norberto Ortigara fez uma apresentação sobre a dimensão e potencialidades da agricultura e da agroindústria paranaense. Ele ressaltou a capacidade dos italianos em dar valor aos produtos regionais, vinculando a marca à qualidade da produção de uma região, sinalizando que esse caminho pode ser trilhado no Paraná.
 
 Culturas  - Falou da importância das culturas da soja, milho, café, mandioca, das usinas sucroalcooleiras, do aumento de produção e de produtividade nas atividades avícola, leiteira e de suco de laranja no Paraná. E apresentou ainda o potencial de cultivo de frutas, destacando que a cultura da uva tende a ser uma das grandes beneficiadas com essa cooperação com a Itália, em função do conhecimento que o país detém na condução dos pomares e de padronização de frutos.
 
 Vanguarda  - Ortigara destacou que o Paraná assume posição de vanguarda no cenário previsto pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo a qual o Brasil produzirá no futuro 40% da demanda mundial de alimentos.